Sunday, June 24, 2007

DEPOIS DO DÉCIMO QUARTO ANO DE VIDA...

Foto "Comendo a felicidade" (Georgiana)

Reflexões sobre infância e vida adulta
Georgiana Medeiros

Infância Época de "Marmelada de banana, bananada de goiaba, goiabada de marmelo..."

Mundo mágico que some, na poeira, nas páginas amarelas de um livro esquecido na estante... Ah...mundo adulto! Qual a razão de tantas regras? Porque tanta preocupação?!

Angustia, que insiste em marcar o ingresso de entrada para a vida adulta,

de onde vem e para onde vai?
É bom encontrar caminhos de volta... Veja aqui os personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo

POLÍTICA, EROTISMO E LITERATURA

Por Georgiana de Sá
Para finzalizar a Semana de Literatura e Comunicação que a Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, em parceria com a Academia Mineira de Letras, promoveu entre os dias 7 e 11 de maio no Centro de Convenções JK, a palestra De Marques de Sade a Bruna Surfistinha, lotou o auditório e despertou interesse de estudantes, professores e convidados.
No telão, imagens das picantes ilustrações de Marquês de Sade (Paris, 1740/1814) e, ao fundo, chamas de pequenas velas vermelhas marcaram o ritual de magnetismo que atingiu a platéia. A professora Célia Nonata, mestre e doutora em História pela UFMG, fez um entrelaço entre linguagem e erotismo
Na programação Célia traçou retrospectiva da literatura erótica citando o livro
Teresa Filósofa, de autor anônimo do século XVIII, um romance libertino sobre a vida de prostitutas e sobre a entrada da mulher no espaço da vida pública, na figura da cortesã. Da mesma forma, Sade usou a linguagem política erotizada para afrontar o clero e a monarquia, o que, segundo Célia, exerceu a função política de desmoralizar a corte francesa e a igreja com ilustrações de orgias nos palácios e conventos das freiras.
A literatura erótica foi abordada como linguagem sutil que divide as fronteiras entre pornografia e erotismo. A palestrante falou sobre
Jean Honoré Fragonard (Paris, 1732/1806), pintor francês de temas eróticos que fez da arte alegre e sensual registros da malícia e ingenuidade presentes em sua época. Célia mostrou xilogravuras populares do século XIX, que deram continuidade às produções da linguagem erótica francesa, através de montagens que denunciavam o sadomasoquismo e afrontavam o Império Napoleônico, motivo de serem censuradas por Napoleão.
A professora lembrou
o surgimento da fotografia, na primeira metade do século XIX, o que propiciou espaço para a apreciação da beleza em fotos de nu artísticos, ampliando assim a linguagem erótica através do mundo simbólico do fetiche.

Fonte: banco de images google

As ilustrações de Marquês de Sade usavam o erotismo para denúncias políticas. As perucas ligavam os personagens à corte francesa. Afinal, nesta época, só os nobresa usavam perucas monumentais. Dessa forma, os desenhos mostravam que os privilégios e exageros da nobreza e do clero estavam muito além dos banquetes luxuosos. Enquanto a realeza desfrutava de orgias, o povo passava fome.

Fonte: banco de images google

No Brasil, jargões que remitiam ao erotismo e ao homossexualismo foram, conforme a palestrante, registrados em jornais como O Coió, periódico ilustrado que circulou em 1901 e 1902, no Rio de Janeiro. Este jornal chegou a publicar dicionário erótico e verbetes como "meretriz, sapeca e cacete". Com a influência fascista no regime de Getúlio Vargas, o governo tratou de combater produções subversivas, o que favoreceu manifestações de resistência no âmbito discursivo, como as de Cassandra Rios, que usou a linguagem metafórica do homossexualismo para escrever sobre o lesbianismo na década de 40.
Cassandra Rios publicou livros que inseriam a figura da lésbica em um tipo de literatura que contribuiu para mudanças no repertório das linguagens literárias. Ainda em 1940, o livro Delta de Vênus, da escritora francesa Anais Nin, com histórias de prostitutas e suas aventuras para descobrirem a sexualidade, também foi mencionado pela palestrante como exemplo de contos eróticos que transformaram a literatura. De acordo com a historiadora, a própria civilização européia que difundiu o erotismo como forma literária iniciou também sua banalização.

Foto: Horácio Martins

A historiadora Célia Nonato (foto acima) lembrou que a Alemanha Nazista, símbolo da liberalidade e da vida sexual, teve a forte presença temática do erotismo, contudo, a converteu pelo desejo e pela prática homossexual dos soldados alemães, que substituíam a fantasia por alto grau de depravação. Do mesmo modo, a literatura alemã nazista incorpora o lesbianismo em um ambiente de mulheres dominadoras e vulgares. Salvador Dali (1904-1989), foi citado como artista surrealista que provocou fusão no erotismo e pintou quadros inspirados em seus instintos sexuais.
Fonte: banco de images google


O Livro Delta de Vênus, da escritora francesa Anais Nin: ficcção com personagens aristocratas e excêntricos, foi citado como sucesso no estilo romance erótico. Na atualidade, a professora lamentou a pobreza do livro O Doce Veneno do Escorpião, de Bruna Surfistinha, restrito a exposição de fatos pornográficos. Para ela, o livro traz depoimentos de garotas de programas, ausente de poesia e das sutilezas do erotismo literário que marcaram a história da comunicação.
Na opinião da estudante de Educação Artística da UEMG - Escola Guignard, Giselene Antunes, presente na palestra, a literatura e a arte que se desdobram no erotismo são poéticas que trazem equilíbrio para as linguagens humanas. "Adorei o tema porque mostra como a linguagem diversificada pode ser um meio para alcançar o inconsciente do público".
Vinícius José, do curso de jornalismo da Estácio de Sá, viu o tema da palestra como uma forma de explorar as várias linguagens e gêneros textuais. Conforme o aluno, palestras como essa desenvolvem uma visão plural da profissão e estimulam reflexões sobre o fazer jornalístico.
A professora de Geografia, Helenice de Almeida, lembrou a avenida Malecon, que fica em Havana, Cuba, num cenário à beira-mar onde tudo é permitido. Segundo ela, os exemplos de Célia Nonato remetem ao calçadão do Malecón, em Cuba. A Professora contou que, no famoso muro, ao lado da praia, os casais em atitudes íntimas usam o corpo e o erotismo como formas de expressão, e, neste momento, parecem livres das repressões impostas pelo regime político cubano.

Thursday, June 21, 2007

"A TELEVISÃO ME DEIXOU BURRO DEMAIS..."



PERTO MAS NÃO FAMILIAR

As transformações na cultura coletiva e no relacionamento do homem com o tempo e o espaço estão no documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos” de Marcelo Masagão, bem como nos textos “Aldeia Global” de Marshal Macluhan, “A Mídia e a modernidade – uma teoria social da mídia”, de J. B. Thompson, “O despertar do homem maquinal” de Ailton Siqueira e “Haverá vida após a internet?”, de Ciro Marcondes Filho. AS MÁQUINAS REDEFINEM A VIDA. LEIA MAIS...

Wednesday, June 20, 2007

A MORTE ALÉM DA VIDA




O documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos”, de Marcelo Masagão, e o texto de Régis Debray “Vida e morte da imagem”, tratam da temática da vida e da morte nos mistérios da humanidade. Leia mais...

UMA PANORÂMICA DA IMAGEM NA CIVILIZAÇÃO



Régis Debray, no livro Vida e Morte a Imagem – Uma história do olhar no ocidente e SPEED – A Arte da Velocidade, em exposição na Casa Fiat de Cultura, explicam logosfera, grafosfera e videosfera. A invenção da máquina, as cadeias de montagem e a aceleração de produção, os novos ideais de velocidade, progresso e mudança, promovem reflexões sobre os movimentos da arte e da vida. LEIA MAIS...

As transformações do século XX



O documentário"América", de João Moreira Salles, é uma verdadeira raridade. Talvez por isso não seja tão fácil encontrá-lo nas locadoras. O filme faz uma profunda avaliação das mudanças que marcaram o século XX. A sequência de imagens e textos reais e fascinantes leva o espectador a certa nostalgia poética. O diretor consegue reafirmar a fragilidade e impotência do homem diante de realidades impostas.

Giselene Antunes é aluna do 5.º perído de Educação Artística, na Universidade Estadual de Minas Gerais e escreveu o artigo "o século que ligou a TV e desligou a alma". LEIA NA ÍNTEGRA.