Friday, December 26, 2008

AVENTURAS NA NATUREZA

Serras e parques mineiros fortalecem o mapa turístico do Brasil
É chegado o momento das férias e os roteiros ecológicos são opções freqüentes nos programas de viagens. Minas Gerais, de norte a sul, se torna território do ecoturismo. São paisagens surpreendentes, sítios arqueológicos e caminhos trilhados por colonizadores.
Minas Gerais possui sete Parques Estaduais abertos à visitação. Um deles é o Parque Estadual do Ibitipoca, na Zona da Mata, a 241 km de Belo Horizonte (BH), com praias naturais e espécies em extinção como a onça parda e o lobo guará.
Foto de Glauco Umbelino
Parque Estadual do Ibitipoca/MG
Localizado nos municípios de Mariana e Ouro Preto, a 100 km da Capital, o Parque Estadual do Itacolomi também é habitat de expressiva fauna (macacos, tatus e capivaras).
Já o Parque Estadual de Nova Baden guarda a beleza da cachoeira Sete Quedas, de jequitibás, jacarandás, bromélias e orquídeas. Localiza-se em Lambari, região do Circuito das Águas que tem uma boa infra-estrutura para visitantes.
E por falar em água, o Parque Estadual do Rio Doce possui quarenta lagoas, entre elas a Dom Helvécio, onde se pode pescar, nadar e andar de barco. Está situado no Vale do Aço, a 249 km de BH.
Outro que possui praias fluviais com areais brancas é o Parque Estadual do Rio Preto, na Serra do Espinhaço, a 355 km da capital. Destacando-se como paraíso botânico, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro fica na Mata Atlântica, a 290 km de BH, possui vales, chapadas, encostas, cursos d’água e picos cobertos por neblina.
Foto de Arthur Tahara
Trilha no Parque Estadual do Rio Preto
O mais próximo de BH é o Parque Estadual da Serra do Rola Moça. Fica nos arredores de Nova Lima e Ibirité, possui vastos mananciais e vegetação de colorido impressionante. Coordenadas de onde ficar e como chegar aos parques estaduais mineiros estão disponíveis no site www.ief.mg.gov, do Instituto Estadual de Florestas – IEF.

OUTROS RECANTOS ECOLÓGICOS DE MINAS
Além de unidades de conservação, as montanhas mineiras abrigam outros municípios com encantos naturais. Carrancas é um desses lugares, que atraem pela natureza exuberante.
Imagem de Anderson, Néia e Giulia. Disponível em www.flickr.com
Carrancas - MG
Com acesso pela BR-381, Carrancas fica no Sul de Minas, tem quatro mil habitantes e está a 295 km de BH. A cidade tem área para camping, passeios a cavalo, trilhas, igrejas barrocas e cachoeiras. O site http://www.carrancas.com.br relaciona atrações e pousadas disponíveis.
Santuário Nossa Senhora da Piedade - Caeté - MG
Mais um destino de ecoturistas, Caeté, que em tupi-guarani significa “Mata Virgem”, se localiza a 50 km de BH. Foi palco da Guerra dos Emboabas. Lá também estão o santuário católico da Serra da Piedade e o Observatório Astronômico da UFMG. O roteiro de Caeté inclui vistas deslumbrantes, mountain bike e alpinismo na “Pedra Branca”, bloco de pedra com 60 metros de altura.
Foto: Leandro ReisAlpinismo em bloco de pedra com 60 metros de altura - Pedra Branca - MG
Santuário Nossa Senhora da Piedade - Caeté - MG
Na continuidade dos roteiros ecológicos, o Circuito da Serra do Cabral possui grande valor arqueológico. No centro-norte de Minas, abriga cavernas e lapinhas onde, a cerca de 350 anos atrás, viveram povos nômades que registraram por ali muitas pinturas rupestres. São abundantes trilhas que podem ser percorridas a pé, como as que levam à Serra do Espinhaço e as águas termais. Estas águas, com temperatura de 30 graus, ficam nos Distritos de Santa Bárbara e Curimataí e muicípios de Augusto de Lima e Buenópolis. As cidades que integram o circuito possuem hotéis e pousadas e o acesso é possível pela BR-040, BR-365, e MG-208. No portal de turismo, MinasTour - http://www.minastour.com.br, é possível escolher onde ficar.
Crédito da imagem: iagothecomedy. Disponível em www.flickr.com Serra do cabral - Corinto Mg
Por Georgiana de Sá - Exclusivo para o jornal Ambiente Hoje da Amda

Saturday, December 20, 2008

Desafios para a proteção ambiental em Minas Gerais

Foto de Cláudia Tavares. Disponível em www.flickr.com
Serra da mantiqueira/MG. O desafio de preservar

Nesta sexta-feira, 19 de dezembro, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), José Carlos Carvalho, divulgou um balanço das principais ações ambientais em Minas e os planos do governo para 2009. O Protocolo de Intenções firmado entre o governo mineiro e o setor sucroalcooleiro, que prevê a redução do uso da queima nas colheitas da cana de açúcar, deve se transformar em Deliberação Normativa do Copam. Essa foi uma das projeções do secretário para o próximo ano.
Outra novidade citada foi a aprovação, esta semana, do Projeto de Lei 1.269/2007, que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos. Para José Carlos, comerciantes e produtores poderão ser mais envolvidos na destinação do lixo gerado pelo consumo, numa espécie de “mecanismo reverso”. “A responsabilidade do lixo não é só do governo. Atualmente, a Avenida Paraná, em Belo Horizonte, precisa ser varrida seis vezes ao dia. Já houve tempo em que era preciso varrê-la onze vezes ao dia”, disse ele, exemplificando sobre o valor de toda a sociedade aprender a cuidar melhor do lixo gerado.
Mais inovações, como a cobrança do uso da água na bacia do Rio das Velhas e a parceria do Estado com o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) para conciliar construção de estradas e preservação ambiental, também foram mencionadas.
Dos êxitos de 2008, o secretário fez referência à conclusão do Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE (disponível no site www.zee.mg.gov.br) e do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Estado, além do cadastramento de 180 mil usuários das bacias hidrográficas.
Ainda de acordo com o secretário, em seis anos o governo mineiro aumentou cerca de 500% o orçamento destinado ao meio ambiente - de R$ 70 milhões em 2002 para R$ 340 milhões em 2008. A verba de 2008 foi aplicada em Projetos Estruturadores, como o de “Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica”, onde foram gastos mais de R$ 33 milhões.
Para a regularização fundiária foram investidos cerca de R$ 25 milhões e adquiridos quase 32 mil hectares. O secretário citou os Parques Estaduais da Lapa Grande, no Norte de Minas, do Sumidouro, em Lagoa Santa, e o do Pico do Itambé, na região do Alto Jequitinhonha, como exemplos de aplicação destes recursos.
Questionado sobre a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental, o secretário disse que é meta da Semad para o próximo ano efetivar a conexão de Comitês de Bacias Hidrográficas com Unidades Regionais Colegiadas (URCs). “Teremos uma base única de informações geo-referenciais. Serão dois trilhos em um só trem”, garantiu.
“67% do território mineiro já foi desmatado. Temos 33% do território coberto com mata nativa”, disse o secretario, avaliando que foram várias conquistas, mas que os desafios para a proteção ambiental em Minas Gerais continuam em 2009.
Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda

Monday, December 15, 2008

ARTE: CHAMARIZ DO MEIO AMBIENTE

Dialogos possiveis instalacao de Fabrício Fernandino na represa de Biribiri Diamantina/MG 2005. Fotografia Paulo Baptista

Fabrício Fernandino garante espaços no museu para defender a natureza

Créditos das imagens: Arquivo do artista e do MHNJB-UFMG
Sobrevivendo ao crescimento da metrópole, uma preciosidade da natureza abriga em Belo Horizonte importantes espécies da fauna e flora brasileira. Para administrar o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, um espaço que conta com 600 mil metros quadrados de área verde, nascentes e lago artificial, seu diretor Fabrício Fernandino, tem priorizado a educação ambiental. Ele explica que o espaço do Museu tem sido utilizado para a conexão arte-ciência, com foco na promoção de práticas ambientais que contribuam para a preservação da natureza.

Fabrício e o artista e ativista ecológico Frans Krajcberg
Valendo-se da arte como proposta de educação ambiental, Fabrício tem promovido exposições como as de Frans Krajcberg, artista de origem polonesa, brasileiro de coração e ativista ecológico, que revela em suas obras a degradação das florestas do Brasil. Assim como Krajcberg, Fabrício Fernandino, que também é professor de Belas Artes, pintor e escultor, tem a relação entre o ser humano e o meio ambiente como inspiração de seus trabalhos. Nesta entrevista ao Ambiente Hoje, Fabrício fala de seus anseios em transformar a arte em instrumento de sensibilização e conscientização ambientais. “O jogo”, escultura do atista com 21 pedras de granito
Você associa “O jogo”, uma escultura sua feita com 21 pedras de granito, aos seus questionamentos sobre a intenção humana no Planeta Terra. Para você, é possível harmonizar desenvolvimento econômico e proteção ambiental?
Ao mesmo tempo em que os avanços adquiridos no século XX serviram para mostrar ao ser humano que a natureza pode ser aliada do conhecimento e do desenvolvimento, também colocou a busca pela riqueza e pelo dinheiro no centro de tudo. Por isso, no século XXI, a conscientização ambiental se tornou uma questão de sobrevivência do planeta. Para acumular riquezas a qualquer preço, determinados segmentos empresariais tomam rumos que não se justificam mais. Somas volumosas são acumularas explorando compulsivamente a natureza. Esse jogo de força, de poder, tem de ter solução em favor da vida. Essa é a metáfora implícita em me trabalho “O jogo”.

“Pedra Saturnina”
Em outra criação artística sua, batizada de “Pedra Saturnina”, você questiona a ação do homem sobre a natureza. Enquanto sua obra mostra o Mercúrio em pedras de granito, você reflete sobre esse elemento químico que pode contaminar a água a vida quando mal utilizado. Para você, o aquecimento global pode ser considerado um exemplo da ação inconseqüente do homem no planeta?
O Planeta Terra é um ser vivo e todos os seres que aqui vivem estão interligados. A sobrevivência de uma espécie depende da outra. Imagine um grande relógio. Esse relógio só funciona com normalidade se puder contar com todas as suas peças. O homem está corrompendo esse mecanismo da natureza e a Terra está dando respostas. Poluição, efeito estufa, derretimento das geleiras e aquecimento global são conseqüências. O que estamos presenciando são reações da natureza. Ainda assim, sou esperançoso. Eu acredito que o ser humano tem condição de reverte essa situação, usando sua tecnologia e o seu conhecimento em favor da vida. E, assim, continuar participando na evolução do universo.
“Torre”
“Torre”, um mais um trabalho artístico seu, remete à instabilidade arquitetônica e a desorganização do espaço público nas metrópoles. Em sua opinião, qual é a importância de plantar árvores e manter parques nas cidades?
A ausência da natureza no espaço urbano torna os habitantes da cidade obtusos e alheios à realidade. E, ao contrário, o contato do ser humano com a natureza pode despertá-lo para a percepção de si mesmo e do mundo que o cerca. As árvores e toda a natureza estão associadas à própria vida e podem gerar mudanças comportamentais, podem sensibilizar. Em razão disso, é importante para o ser humano conviver com espaços naturais, ou mesmo plantar uma árvore em frente de casa, cultivar uma horta no quintal ou vasos de flores. São pequenos espaços verdes que exercitam o cuidar, abrigam A vida e possibilitam transformações de nossa maneira de sentir. Citando o eterno poeta das crianças: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Neste sentido, imagine a grandeza das florestas, de todos os espaços naturais convivendo em equilíbrio, e a nossa percepção de que todos os seres da natureza são tão importantes quanto nós (talvez até mais importantes, porque conseguem facilmente viver com harmonia entre si).
O Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG tem oferecido cursos, atividades, oficinas e exposições de arte em favor da conscientização ambiental. É missão do artista realizar ações de proteção à natureza?
Promover consciência ambiental coletiva é missão não só do artista, mas dos homens de boa vontade. Cada profissional, atuando em seu segmento, tem responsabilidades importantíssimas no processo de informação social. Nós, humanos, corremos o risco de dizimar a raça humana e um conjunto de ecossistemas terrestres. O que, infelizmente, pode começar a acontecer nos próximos cinqüenta anos, se a tendência de continuidade da degradação ambiental for mantida. Sou artista e acredito no potencial transformador da arte, que tem uma interface amigável e pode promover conhecimento com sensibilização. a arte tem o poder de motivar consciência diferenciada, não cartesiana, trabalha no plano dos sentimentos e dos desejos, da fruição estética e do prazer. Valer-se da a arte para despertar consciência ecológica é o mesmo que criar possibilidades, de forma delicada, para mudanças de comportamento nas pessoas. A arte é uma proposta, uma forma de educar para um convívio mais ético, humano e sensível.
Por Georgiana de Sá - Exclusivo para o Jornal Ambiente Hoje da Amda - Assoiação Mineira de Defesa do Ambiente

Plano para as águas de Minas

Imagem: velhochico.net
Terminou hoje (10/12), no Dayrell Minas Hotel, em Belo Horizonte, a primeira etapa do Plano Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais - PERH/MG. Foram realizadas nove consultas públicas, em diversas regiões de Minas, com o objetivo de coletar sugestões da população sobre a gestão das águas no Estado. Para a diretora de Gestão de Recursos Hídricos do Igam, Luiza de Marillac Camargos, a participação social simbolizou o avanço na implantação do planejamento hídrico.

A diretora explicou que a primeira consulta teve caráter informativo e consultivo. Já a segunda etapa, prevista para ocorrer entre os meses de maio e junho de 2009, será propositiva, discutindo propostas, programas e planejamentos. O resultado dos encontros será apresentado na última etapa, através de diretrizes, metas e programas para a gestão das águas em Minas.

Para o coordenador do Plano pelo Consórcio Holus, Fernando Rodriguez, o plano vai se concretizar em longo prazo e constituir, através de suas etapas, a visão do conjunto dos problemas de cada bacia. “Serão 27 consultas públicas, envolvendo sociedade, poder público e cientistas. Teremos que avaliar o que é politicamente viável, de consenso social e tecnicamente fundamentado”, considerou.


Os grupos discutiram temas que envolvem a qualidade e quantidade das águas subterrâneas e superficiais, as diferentes vazões das bacias, a importância de harmonizar políticas de recursos hídricos com políticas setoriais das hidrelétricas, das atividades agrícolas, agropecuárias e de mineração. “A água não pode ser fator restritivo ao desenvolvimento do Estado”, opinou Fernando Rodriguez, ressaltando que os resultados podem definir cenários de desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental.

A elaboração do documento terá um investimento de cerca de R$ 3 milhões e a previsão de conclusão é para dezembro de 2009.

Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda

Thursday, December 04, 2008

Impactos ambientais dos sistemas agrossilvipastoris em análise

Foto de Carlos Villalba. Disponível no www.flickr.com
Continuam em debate as novas regras de redução de classe e simplificação de processos de licenciamento para sistemas agrossilvipastoris – interação de áreas de pastagens com outros tipos de espécies, como árvores – para o Estado de Minas Gerais. O tema foi destaque na pauta de discussões da 9ª Reunião da CNR – Câmara Normativa e Recursal do Copam – Conselho Estadual de Política Ambiental, nesta quarta-feira (03/12).
A Câmara está analisando normas de regularização ambiental específicas para este processo produtivo, atualizando artigos da DN 74 - Deliberação Normativa de 2004, que já estabelecia critérios de classificação e licenciamento ambiental de atividades modificadoras do meio ambiente. De acordo com Shelley de Souza Carneiro, secretário adjunto da Semad – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e presidente da CNR, as adaptações pretendem modernizar instrumentos de gestão ambiental em Minas.
A fim de avaliarem as novas propostas, a assessora jurídica da Amda, Cristina Chiodi, a promotora Shirley Fenzi Bertão, da Procuradoria Geral de Justiça, e Ana Paula Bicalho, da Faemg – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, pediram vistas da Minuta que altera os artigos da DN 74. Shelley de Souza Carneiro garantiu que será marcada nova reunião, ainda este ano, para que a CNR decida o que pode ser passível de licenciamento e quais serão os limites para a redução de classe das atividades agrossilvipastoris.
Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda