Por Georgiana de Sá
Quem nunca chegou em casa com os pés doendo e se lembrou da importância dessas pequenas plataformas? A podóloga Dione Míriam de Queiróz, especialista na saúde dos pés, diz que é preciso higienizar os pés e sapatos diariamente, dar preferência a calçados confortáveis e usar meias de algodão, já que estas absorvem a umidade mais que as de nylon, que favorecem o mal cheiro.
De acordo com a especialista, após usar o sapato, o ideal é limpar seu interior com álcool 70%. “Não é bom calçar o mesmo sapato todos os dias e as meias devem ser trocadas diariamente”. Para quem quer evitar unhas encravas, Dione orienta o corte reto das unhas, sem arredondar ou tirar os cantos, evitando tirar muita cutícula, que, lembra ela, serve como proteção natural.
Alguns cuidados simples, como higienizar bem os pés na hora do banho e enxugar entre os dedos, segundo Dione, são eficientes e podem evitar micoses e frieiras. Para a podóloga é importante ter cautela na hora de freqüentar salões de beleza. O ideal é que cada cliente tenha seu kit de alicate, tesoura, lixas e palitinhos, caso contrário, é preciso certificar se o material está sendo esterilizado. Ela destaca que as bacias com água quente, usadas para amolecer as cutículas, devem ter plásticos descartáveis, trocados à vista do cliente. “Existe o risco de contaminação por fungos e bactérias”, diz.
Entre os tratamentos da podologia estão os fitoterápicos, cremes e loções à base de plantas para eliminação do famoso “chulé”. “Para fissuras, rachaduras ou ressecamentos, é melhor não lixar os pés. É preferível recorrer a um esfoliante pelo menos uma vez por semana e usar hidratantes à base de uréia”, recomenda. No entanto, ela alerta para o uso de soluções caseiras e conta que, recentemente, um cliente a procurou com dermatite de contato alérgica. “A pele dos pés estava toda ferida, resultado do contato direto com a creolina, que o senhor havia passado para combater o chulé”.
DIABÉTICOS
Conforme Dione, diabéticos têm motivos especiais para cuidar dos pés, uma vez que a doença provoca a diminuição do fluxo sangüíneo nos membros inferiores, diminui a sensibilidade e dificulta a cicatrização, podendo causar gangrena e até amputação de membros. “O salão de beleza não é aconselhável para diabéticos. O podólogo trabalha de forma interdisciplinar com endocrinologistas, no controle da glicose, fisioterapeutas, nas avaliações biomecânicas, confecção de palmilhas para absorver impacto e amenizar calosidades”. No caso de fungo o paciente é encaminhado ao dermatologista, acrescenta.
A especialista destaca alguns procedimentos preventivos para os diabéticos. Entre eles estão a higienização com sabonete anti-séptico, hidratação com creme indicado por profissional, o uso de meias sem costuras e sapatos macios para evitar calosidades. “O diabético fica com a pele muito fina, por isso deve evitar andar descalço e observar, antes de calçar o sapato, se existem objetos cortantes em seu interior”.
VERRUGAS
Causadas por vírus do papiloma humano (HPV), as verrugas plantares, segundo a podóloga, se assemelham a calos, podem ocorrer na sola dos pés de adolescentes que transpiram demais ou em pessoas que andam muito descalças. “A baixa de imunidade também pode ocasionar verrugas. O importante é não cutucar o local, nem tentar nenhuma terapia caseira para a remoção dos pontos afetados.”
O PERIGO DA MODA
A profissional dá uma dica: a melhor hora para comprar sapatos novos é ao fim da tarde, quando os pés estão inchados. “Acompanhar as tendências da moda pode ser um risco. A pessoa não se pode esquecer que o calçado tem de se adaptar aos seus pés”.
Dione recomenda o alongamento dos pés ao final do dia, para as mulheres que usam salto alto. “Os exercícios ajudam a soltar os músculos e relaxar os ligamentos”. Ela adverte que o uso contínuo de salto alto pode ocasionar encurtamento de tendão na parte de trás da perna, além de calos, joanetes e unhas encravadas, no caso de sapatos de bico fino.
Na lista de serviços prestados pela podóloga, o tratamento de unhas encravadas está entre os mais procurados. Segundo Dione, a unha encravada raramente precisa ser retirada. A infecção é tratada com anti-inflamatório e a espícula, pedaço de unha que ficou pelo corte mal feito, é retirada. O crescimento é acompanhado de modo a evitar o aprofundamento na carne, para que a unha volte a ter um formato normal, resume a especialista. Em Belo Horizonte, o valor cobrado por uma sessão com podólogo varia de 35 a 45 reais.
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