Tuesday, December 25, 2007

O B-A-Ba do meio ambiente

Foto: Horácio Martins

Crianças aprendem na escola a reciclar lixo e economizar água

Por Georgiana de Sá

O Projeto de Lei n.º 1089/2007, em tramitação na Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), torna obrigatório o estudo sobre o meio ambiente e as conseqüências do aquecimento global, no ensino médio e fundamental das escolas públicas e particulares do Estado.

Conforme Maria da Conceição Ferreira, orientadora educacional da Escola Estadual Barão do Rio Branco, a medida é necessária para garantir a sobrevivência humana no planeta. “Grande parte da população não tem consciência de ações diárias e atitudes que contribuem para a degradação ambiental”. Segundo ela, medidas simples de reeducação poderiam diminuir os impactos da ação do homem sobre a natureza.

Maria da Conceição lembra que os alunos da escola ficaram assombrados quando começaram a contar a quantidade de lixo que eram capazes de gerar.“As crianças tiveram como para-casa somar quantos quilos de lixo a família produzia em um dia. Depois de multiplicarem isso para uma semana e um ano puderam perceber porque o lixo é um problema para a natureza”, explica a educadora.

A professora de ciências Nancy Rebouças Julião, que leciona para a 5ª e 6ª série do ensino fundamental, se tornou responsável pelo desenvolvimento de projetos de reciclagem na escola. Passo a passo, a professora mostra aos alunos a importância da reciclagem do lixo na preservação ambiental. “Fazemos um trabalho bem bacana. Informamos às crianças sobre a importância da reutilização do lixo. Os estudantes estudam conteúdos de ciências, os tipos de lixo que existem, para onde vão e como são produzidos”, diz ela com entusiasmo.


Foto: Horacio Martins

Nas aulas de ciências os alunos aprendem a importância de reutilizar o lixo

A professora começa com uma explicação de como é feito o lixo e para onde vai. Com caixas de leite, copos de iogurte e garrafas de refrigerante, as crianças criam brinquedos e objetos de uso e, dessa forma, aprendem a reaproveitar e evitar o desperdício. “O lixo nem sempre é lixo. Mostramos que a maior parte do que jogamos fora não é sujo. Falamos também sobre os impactos do consumismo, das coisas que a gente compra sem necessidade e como podemos reutilizar embalagens em trabalhos artesanais”.

Durante as aulas, professora e alunos expressam idéias e sugerem que haja não somente reciclagem, mas também novas formas de produção e comercialização. “Em vez de copinho de plástico, o iogurte poderia ser vendido em embalagem de vidro para a gente lavar, voltar ao supermercado e comprar só o liquido”, idealiza uma criança. “Com o leite poderia ser do mesmo jeito”, conclui outro colega.

Para completar os conhecimentos obtidos no ambiente escolar, os estudantes fazem visita ao aterro sanitário de Belo Horizonte e são motivados a pesquisar sobre os problemas do lixo na Capital. No aterro, as crianças ficam sensibilizadas com a quantidade de lixo produzido na cidade. Elas ficam atentas a todas as explicações e aos diferentes materiais encontrados. É vidro, papel, plástico, metal e pneus. “E agora professora, para onde vai o lixo?”, pergunta um aluno.

Outra escola da Capital que está desenvolvendo projeto de educação ambiental é a Escola Estadual Caetano Azeredo, que vem se dedicando ao Projeto Semeando e orientando os estudantes a economizarem os recursos naturais. Uma de suas alunas, Valesca Caroline Mathias, 12 anos, da 4.ª série do ensino fundamental, se alegra com que tem aprendido durante as aulas. Valesca descobriu que pode economizar na hora escovar os dentes e passou a multiplicar os litros de água que consegue poupar por dia. “Para escovar os dentes posso gastar até 12 litros de água. Mas, se usar um copo de água para enxaguar a boca e fechar a torneira enquanto escovo os dentes, posso economizar mais de 11 litros de água”, ensina Valesca.

Foto: Georgiana de Sá

Valesca Caroline Mathias descobriu que pode economizar água até na hora de escovar os dentes

Saturday, December 01, 2007

BALANÇO POSITIVO PARA A CULTURA EM BH

Festival de arte discute os anos de luta do povo negro

Presente no FAN, o ator Fabrício Boliveira, que fez o ‘Bastião’ na novela da Rede Globo, Sinhá Moça, e o Saci Pererê da série de 2001 do Sítio do Picapau Amarelo, lamenta o sofrimento de seus antepassados durante a ditadura.


Durante o FAN, a estilista Lydia Garcia, do Atelier Cultural Bazafro, mostrou sua especialista em moda étnica no “Ojá” e defender a importância da população negra nos movimentos sociais brasileiros.
Em sua passagem pelo FAN, o artista plástico Jorge dos Anjos, lembrou que o negro ajudou a construir a história política do país.


Em visita ao FAN o cantor Netinho de Paula elogia a atuação dos afrodescendentes na política nacional.




No “Dia da Consciência Negra”, a Ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ao lado da coordenadora de Assuntos da Comunidade Negra da Prefeitura de Belo Horizonte, Maria da Graça Sabóia, fala da cultura negra no país e assiste as apresentações mineiras de danças afro-brasileiras


No FAN, o ator Romeu Evaristo, que vive o ‘Angolano’ no programa de humor ‘Zorra Total’, também conhecido por ter feito, nos anos 70, o Saci Pererê no Sítio do Picapau Amarelo, falou da repressão à cultura negra durante a ditadura.
O FAN - “4.º Festival de Arte Negra-2007”- comemorou o “Dia da Consciência Negra” com debates, apresentações musicais e danças de origens afro-brasileiras


Dançarinos da Associação Cultural “Eu Sou Angoleiro” (Acesa) apresentam coreografias afrobrasileiras.


Fotos e texto Georgiana de Sá

Belo Horizonte termina o mês de novembro com saldo positivo para a diversidade cultural. Entre os dias 19 a 25/11, o FAN, “4.º Festival de Arte Negra-2007”, ocupou vários espaços da cidade com música, teatro, dança, cinema, exposições e debates sobre a participação do negro na história brasileira.

No dia 20 de novembro, a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), esteve na Casa do Conde para comemorar o “Dia da Consciência Negra”, uma homenagem a Zumbi dos Palmares, líder da resistência negra à escravidão no Brasil. A ministra falou da importância da cultura negra para a história do país e assistiu apresentações de danças de origens afro-brasileiras, da Associação Cultural “Eu Sou Angoleiro” (Acesa).

Durante o evento, personalidades e artistas afro-brasileiros conheceram o “Ojá” - palavra africana que significa mercado - que foi montado na Casa do Conde. Os convidados concederam entrevistas e falaram sobre a resistência do negro durante a ditadura militar. O ator Romeu Evaristo, que vive o ‘Angolano’ no programa de humor Zorra Total, também conhecido por ter feito, nos anos 70, o Saci Pererê no Sítio do Picapau Amarelo, lembrou que a repressão militar proibia, de propósito, manifestações da cultura negra, como o samba e a capoeira.“Mais que ninguém o negro sofreu com a ditadura, com causas e efeitos perversos”, opinou ele.
O cantor Netinho de Paula, 36 anos, defendeu a inserção dos negros na política do país e elogiou representantes como Gilberto Gil e Benedita da Silva. “A presença do negro na história política brasileira, em termos quantitativos, pode parecer insignificante, mas merece aplausos”, considerou o cantor.

O ator Fabrício Boliveira, 25 anos, que atuou como o ‘Bastião’ na novela da Rede Globo, Sinhá Moça, e o Saci Pererê da série de 2001 do Sítio do Picapau Amarelo, recordando as histórias de seus antepassados lamentou o sofrimento dos afrodescendentes à época da repressão no país. “A religião, a música e a capoeira eram vistos como expressão cultural proibida”, disse.

Mineiro de Ouro preto, o artista plástico Jorge dos Anjos analisou que, tanto na abolição da escravatura, quanto no período da ditadura, o negro ajudou a construir a história política do Brasil. Ele destacou que, durante a repressão, a arte da capoeira era impedida de ser celebrada e os terreiros de candomblé invadidos. “A polícia quebrava tudo e os pais-de-santo eram presos. Os sambistas eram perseguidos e considerados vagabundos”.Lydia Garcia, do Atelier Cultural Bazafro, especialista em moda étnica, ressaltou que os movimentos sociais, durante a ditadura, contaram com a participação da população negra. “A religião e a música de origens africanas, já marcadas por preconceitos históricos, foram manifestações artísticas ainda mais perseguidas durante a ditadura”. Em sua luta pela resistência dos afrodescendentes, Lydia se tornou militante do movimento negro em Brasília, na década de 70. “Fui uma das primeiras a subir a Serra da Barriga, em Alagoas, templo de resistência e sede de um dos maiores quilombos do Brasil”, contou ela.

Wednesday, November 07, 2007

REAJUSTES PARA O NOSSO “ABC”

Foto: Georgiana de Sá
O editor André Carvalho, do Armazém de Idéias, analisa os efeitos da reforma ortográfica no mercado literário brasileiro.


Acordo internacional define mudanças na língua portuguesa


O português, considerado quinto idioma mais falado do planeta e língua oficial de oito países, deve sofrer mudanças em sua ortografia. Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP e se comprometem a adotar uma única grafia. Contudo, não há motivo para desespero, já que as mudanças devem preservar as pronúncias típicas de cada região e não alteram mais que 2% do vocabulário brasileiro.

A eliminação do trema em palavras como conseqüência e sangüíneo e o acréscimo do alfabeto, que atualmente possui 23 letras, com mais três: k, y e w, estão entre as mudanças. Em Portugal eliminam-se as letras “c” e “p”, que não são pronunciadas em vocábulos como “acto” e “óptimo”. Novas regras de acentuação também estão previstas, como a extinção do acento agudo em paroxítonas como “assembléia” e “jibóia”.

O empresário André Carvalho, da editora mineira Armazém de Idéias, acredita que igualar a grafia pode beneficiar as nações envolvidas com a divulgação do idioma, e ressalta que a reforma deve levar em consideração a lógica da fala do povo e evitar exageros da forma culta. “Uma coisa é regra imposta, outra é a que vai ser praticada. Quem manda na língua não são os gramáticos. Quem manda na língua é o povo. Se o popular determina que ‘para mim’ é correto. O que mais eu posso fazer? Nada.”, brinca o editor.

Na opinião de André, a própria mídia reconhece a importância da linguagem cotidiana ao usar expressões coloquiais em mensagens publicitárias. “Hoje ouvi uma propaganda que falava de futebol. O Galo, do Atlético, recebia uma ordem para bicar qualquer time: “bica ele sô!”. Para a gramática normativa não é bica ele. É bica-o. Só que não soa direito e as propagandas, que deveriam disseminar a forma culta, usam termos informais para dialogar com o público”.

Portugal aprovou a unificação, todavia não confirmou sua participação no acordo ortográfico. A reforma está em andamento desde 1990 e foi acrescida de um protocolo modificativo em 2004. Até agora este documento foi assinado apenas pelos presidentes do Brasil, Cabo Verde e São Tomé das Letras, o que já o torna válido, uma vez que o acordo pode entrar em vigência com a adesão de apenas três países da CPLP. Mesmo sem data oficial para sua implantação no Brasil, a Academia Brasileira de Letras propõe que a reforma se inicie a partir de 2008.

Proporcionar um prazo de cinco ou dez anos para que as editoras substituam definitivamente seus livros, de acordo com André, é questão de bom senso. “Concordo que as mudanças comecem pelos materiais didáticos. É importante que a criança se adapte, na fase escolar, ao novo acordo internacional. Mas, é bom lembrar, as editoras possuem grandes quantidades de exemplares que estão estocados, em diversos estilos literários. Editores e produtores precisam de tempo para que possam, gradativamente, reimprimir suas publicações. Só em 2005 o Brasil lançou cerca de 50 mil títulos de novos escritores brasileiros”.
Ainda segundo o editor, qualquer ação de política pública deve servir, sobretudo, de instrumento para melhorar o desempenho econômico de pequenas e médias empresas brasileiras. “Atualmente, quem publica livro didático só sobrevive se conseguir vender para o governo. Os maiores faturamentos do setor são de grandes editoras, de grupos internacionais que estão cada vez mais assumindo o mercado editorial brasileiro, inclusive através da venda de livros didáticos”.

A Comissão para Definição de Política de Ensino-Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa (Colip), da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (SESu/MEC) tem se reunido para discutir como será implantado o acordo e ainda não definiu o prazo para as editoras se adaptarem às alterações. O MEC pretende exigir as novas regras nas próximas licitações de livros didáticos, para uso nas escolas em 2009. Oficialmente, o Colip divulgou que o Brasil prefere agir com diplomacia e esperar que Portugal assine a reforma, para então definir a implantação das mudanças.
Por Georgiana de Sá

Sunday, November 04, 2007

AMEAÇADOS PELO DESMATAMENTO

PERITO FALA DO MEIO AMBIENTE NA GLOBALIZAÇÃO

Por Georgiana de Sá/Fotos de Otávio Goulart

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“Por ganância econômica, ignorância e questões culturais, o ser humano se torna o principal ator na degradação ambiental do planeta”, lamenta Otávio Goulart Guerra Terceiro, professor e Perito em Meio Ambiente do Instituto de Criminalística de Minas Gerais. Conforme o especialista, as expansões agropastoris desenvolvem agressiva política de ocupação de terras e são responsáveis pelo desmatamento maciço de cerca de 600.000 km2 de Mata Atlântica e Cerrado do território mineiro. “As atividades ligadas a pecuária têm histórica importância na economia das populações rurais e, da mesma forma, aumentam a exploração desmedida do meio ambiente”.
Para criar pastagens é preciso desmatar e a perda de cobertura vegetal ameaça reservas de água doce, que, segundo Otávio, promove alterações microclimáticas e causa interferência direta no padrão de circulação dos ventos e na umidade relativa do ar.


Lançado em 02 de fevereiro de 2007, o IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas), reuniu cientistas de mais de 130 países que e divulgou uma estrondosa pesquisa sobre as conseqüências do aquecimento global para o planeta. O relatório assustou a humanidade ao comprovar que o aumento da temperatura do planeta não é responsabilidade só do natural processo conhecido como efeito estufa, que acontece quando parte dos raios infra-vermelhos refletidos pela superfície terrestre é absorvida por gases presentes na atmosfera. O documento aponta a culpa humana sobre a intensificação do fenômeno climático como “muito provável”, trazendo à tona a lei de ação e consequência, da obra predatória do homem sobre a natureza e o meio ambiente.
Em Minas Gerais temos remanescentes de Mata Atlântica, refúgios de vida silvestre, mananciais e cursos d‘água essenciais para o abastecimento de populações locais. De acordo com Otávio, toda essa riqueza vem sendo, pouco a pouco, destruída pela ocupação humana desordenada, tanto em áreas urbanas quanto em áreas rurais.
O Estado em termos de flora, possui grandes biomas, a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga. São formações que abrigam os maiores registros da fauna que, na avaliação do especialista, sofrem constantes ameaças de extinção por causa do manejo inadequado do solo. “Nos últimos anos, de forma mais acentuada pelo chamado ‘reflorestamento’, constituído por uma única espécie ‘eucalipto’, cuja proliferação tem se tornado uma verdadeira praga em todo o Estado.” Ainda assim, de acordo com o Perito, temos fiscalização reduzida por parte dos órgãos do poder público.


Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Minas Gerais, dos cerca de 1,3 milhão de quilômetros quadrados de cobertura vegetal primitiva da Mata Atlântica, restaram apenas 7,3%. “Os remanescentes de Mata Atlântica do Estado compõem fragmentos florestais cada vez mais escassos e degradados” avalia Otávio, ressaltando que o cerrado, em quase sua totalidade, foi dizimado em virtude da implantação de lavouras de soja e pelas atividades de carvojeamento(produção de carvão).
Preocupado com o incentivo à produção de álcool combustível, o Perito defende a expansão planejada e cuidadosa do atual ciclo do álcool, sustentada por estudos de impactos ambientais. “A ampliação da frota de veículos bicombustíveis motivou o aumento na produção de álcool. Áreas de Cerrado vêm sendo ocupadas por extensas lavouras de cana, causando enorme impacto no meio ambiente, em particular aos mananciais de água. Os produtores de cana não têm mostrado nenhum respeito a legislação ambiental em rigor, que protege áreas fundamentais à sobrevivência humana.”


Thursday, November 01, 2007

MINAS GERAIS E SUAS RECEITAS DELICIOSAS

Foto: arquivo do cantor

Há algo mágico em terras mineiras. Na infinidade de tendências de nossa música, outro jovem desponta com grande talento e conquista a simpatia do público. A voz suave de Kadu Vianna se encaixa bem com o estilo e a formação do trio, que conta com Aloízio Horta (contra-baixo) e Arthur Rezende (bateria). O cantor, compositor, violonista e guitarrista, foi premiado com o ‘Troféu Pró-Música 2007’, evento que já está na 10.ª edição e foi realizado em outubro deste ano, no Shopping Pátio Savassi, em Belo Horizonte.


O cantor se destacou entre os ‘Melhores da Música de Minas’ e ganhou na categoria ‘cantor revelação’, ao lado do conceituado Paulinho Pedra Azul, eleito músico do ano, e de artistas que despontam no cenário nacional, como Vander Lee e Marina Machado, agraciados como melhores cantores.

Carlos Eduardo Augusto de Brito, 27 anos - Kadu Vianna desde 2000, quando iniciou sua carreira artística -, aprendeu a gostar de música com o avô que era saxofonista, compositor e arranjador e com o tio Eugênio Brito, escritor e músico que ainda canta na noite. “Elementos culturais que recebi na infância serviram de ponto de partida para a paixão pela música. Minha mãe é artista plástica e também incentivou minha vocação musical”, conta.

Amante da turma do Clube da Esquina, das vozes de Milton Nascimento, Beto Guedes, Toninho Horta e Lô Borges, o jovem não faz o gênero de só ouvir um tipo de música e dá a volta ao mundo em seu gosto musical “É muito bom ouvir Paulinho Moska e Ed Motta, mas não deixo de ouvir música de quase todo canto do mundo. Gosto do grupo inglês The Beatles e seu ex-integrante Paul McCartney, de Phil Collins, da norte-americana Norah Jones e da canadense Diana Krall. Ultimamente o uruguaio Jorge Drexler está entre os meus preferidos”.

O mineiro define seu estilo como resultado da assimilação entre o que gosta de ouvir e suas próprias experiências. “São as trajetórias de vida que criam um som com personalidade independente. Eu toco violão e guitarra, mas já me aventuro em outros instrumentos e no próximo CD pretendo tocar piano. Me desenvolvi praticamente sozinho, quer dizer, comecei autodidata, e agora estou tendo a oportunidade de fazer canto lírico na UFMG”, explica ele.

Simpático, descontraído e simples, o cantor diz reconhecer a importância das releituras que, para ele, são reinterpretações com possibilidades de trazer o novo. “Existem canções que não devem ser esquecidas, como as de Noel Rosa, Pixinguinha, entre uma infinidade de outros mestres da música nacional e internacional. A regravação cria espaço para o inédito. Torna-se referência para o público avaliar o estilo do artista e meio para o cantor se lançar no circuito musical”. Em dezembro de 2003 lançou seu primeiro CD, intitulado “Kadu Vianna”, com direção artística de Luiz Brasil e participações de peso como as Jacques Morelenbaum, Carlinhos Brown e Carlos Malta, além de incluir uma composição inédita de Paulinho Moska (“Só me dão solidão”) e releituras de “Nada será como antes” (de Milton Nascimento com letra de Ronaldo Bastos), “Flor de Minas” (de Lô Borges e Fernando Brant) e “Cambaio” (Chico Buarque e Edu Lobo).

Em junho deste ano, o cantor e sua banda lançaram o CD “Dentro” no Teatro Dom Silvério, tendo como pano de fundo um cenário intimista e caseiro, composto de 12 molduras e fotografias de objetos domésticos (banheira, cama, armário etc). O disco tem arranjos modernos, influenciados pela MPB, pelo jazz e pop rock. Neste segundo trabalho Kadu é, ao mesmo tempo, produtor, diretor, arranjador, músico e intérprete e conta com participações especiais de Milton Nascimento, Marina Machado, Flávio Henrique, Leo Minax e Jeff Sabbag e dos parceiros compositores Magno Mello, Leo Minax, Murilo Antunes e Ricardo Nazar.

“É o fim do fim”, em parceria com Leo Minax, e Miragem, com Milton Nascimento e Marina Machado, estão entre as músicas inéditas do novo CD “Dentro”, que fazem a alegria da platéia. As canções de Kadu Vianna têm tocado em rádios como Inconfidência, Guarani e Alvorada. “Essas rádios estão atentas ao que está sendo produzido em Minas e abrem portas para artistas levarem novidades aos ouvintes”, reconhece ele. O cantor já fez apresentações em várias cidades de Minas Gerais, cantou em Curitiba e no Rio de Janeiro e tem shows agendados para o fim do ano, em Recife e novamente em Curitiba. Na última sexta-feira (26/10) foi convidado a participar do show de Vander Lee, no Chevrolet Hall, e deve se apresentar no próximo dia 08 de novembro, a partir das 21:00h, no Café Alexandrina, que fica na Rua Pernambuco 797, Savassi. No dia 17/11 Kadu canta na Pousada Carumbé, em Lavras Novas. Para quem perdeu o lançamento do CD “Dentro”, o músico promete, em 2008, repetir o sucesso do show, que deverá ser registrado para a gravação de um DVD.
CONFIRA O SOM ...

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Por Georgiana de Sá / Publicado no Jornal Edição do Brasil

Saturday, October 06, 2007

UMA IMAGEM CHOCANTE

Foto: Isa Nigri



UM CLICK DO DESTINO

Mais que palavras. A foto de Isa Nigri congelou no tempo a violência, as armas, o sangue, o medo, e o corpo atingido. A imagem foi veiculada nas capas da “Folha”, de "O Globo" e do "Jornal do Brasil". Além de merecer espaço nos maiores jornais do país, deu a O TEMPO o Prêmio Esso de Foto-jornalismo em 1997.
Foto: Georgiana de Sá
Filho da fotógrafa fala da violência no Brasil


Morando em Belo Horizonte, o advogado Guilherme Victorio Nigri Paulino, filho da fotógrafa, conta um pouco da emoção da mãe com o prêmio. Ele confidencia que foi uma surpresa para Isa ganhar o concurso, considerada a primeira mulher a vencer o Prêmio Esso de Fotografia. “Minha mãe estava no jornal O Tempo desde sua fundação, um ano antes da foto ser tirada. Ela não era fotógrafa profissional. Começou a fotografar por influência de um tio. Era seu primeiro emprego como fotógrafa”, relembra.
Segundo Guilherme, no dia da rebelião da Polícia Militar de Minas Gerais Isa havia sido designada para cobrir outro serviço, mas, ao passar pela Praça e perceber o movimento, resolveu ficar por ali, intuindo que algo sério poderia acontecer. “Depois da repercussão da foto, o jornal passou a mandá-la para cobrir matérias relacionadas com a violência, chacinas e mortes. No Espírito Santo, foi ameaçada porque fotografou depredações de Ônibus durante uma greve. Aqui mesmo, em Belo Horizonte, se sentia ameaçada por causa de seus trabalhos”, explica.

“Além do trabalho que mereceu o prêmio Esso, ela trabalhou um tempo com o ex-governador Itamar Franco”, diz, acrescentando que Isa encerrou suas atividades como fotógrafa em 2000, quando contraiu um vírus nos olhos. “Ela tinha ido tirar umas fotos no cemitério e acabou pegando uma infecção nos olhos. Além disso, teve outros problemas de saúde. Teve que fazer cirurgia por causa de um câncer e desenvolveu um problema no joelho”.

Ainda nas palavras de Guilherme, sua mãe foi para Tel Aviv porque se cansou da brutalidade no Brasil. “Com vários problemas de saúde e desgastada com a violência no país ela tomou a decisão de abandonar a cidade, aproveitando a afinidade com Israel”.

Morando em Tel Aviv, Isa chegou a presenciar o ataque de um homem bomba a um mercado. “Mais uma vez ela estava com uma máquina e conseguiu fotografar o momento”, conta. Mesmo com o risco de atentados, Guilherme, que diz ter a mesma opinião de sua mãe, acredita que a violência em Israel não atinge os índices do Brasil. “Enquanto o conflito entre Israel e Líbano acontece em áreas isoladas, no Brasil, a violência está em cada esquina e acontece a todo o momento. Até crianças estão armadas para os assaltos. Em Tel Aviv é possível andar pelas ruas sem medo da criminalidade urbana”.


PORQUE ISA GANHOU O PRÊMIO
A VOZ DE UM MILITAR


Para o Sargento do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, Sérgio Pereira da Silva, o reconhecimento da foto de Isa Nigri pelo Prêmio ESSO/97 está ligada a repercussão do movimento dos policiais militares.

O Sargento lembra que as manifestações dos PMs mineiros, durante os meses de junho e julho de 2007, desencadearam um ciclo de protestos em vários outros estados do Brasil. “A ação grevista em Belo Horizonte se tornou uma experiência para a segurança pública em todo o país. Mostrou o que pode gerar uma crise interna na polícia”. O sargento lamenta a morte do cabo Valério e de vários colegas que, assim como ele, foram punidos, acusados de violação do dever militar. “Por participar do movimento fui vítima de discriminação dentro da corporação, sofri exclusão, perseguição e vingança.”
Hoje, reincorporado às suas funções, Sérgio Pereira se diz um lutador incansável pela melhoria da instituição. "O Corpo de Bombeiros não é propriedade do governador, de coronéis ou autoridades. O melhor desempenho da força de segurança do país depende de todos. Para modernizar e melhorar a polícia do Brasil, sociedade e servidores podem contribuir com novas idéias", defende ele.

Por Georgiana de Sá

Wednesday, September 26, 2007

PÉS: PLATAFORMAS DO CORPO QUE PRECISAM SER CUIDADAS

Foto: Georgiana de Sá



Por Georgiana de Sá

Quem nunca chegou em casa com os pés doendo e se lembrou da importância dessas pequenas plataformas? A podóloga Dione Míriam de Queiróz, especialista na saúde dos pés, diz que é preciso higienizar os pés e sapatos diariamente, dar preferência a calçados confortáveis e usar meias de algodão, já que estas absorvem a umidade mais que as de nylon, que favorecem o mal cheiro.

De acordo com a especialista, após usar o sapato, o ideal é limpar seu interior com álcool 70%. “Não é bom calçar o mesmo sapato todos os dias e as meias devem ser trocadas diariamente”. Para quem quer evitar unhas encravas, Dione orienta o corte reto das unhas, sem arredondar ou tirar os cantos, evitando tirar muita cutícula, que, lembra ela, serve como proteção natural.

Alguns cuidados simples, como higienizar bem os pés na hora do banho e enxugar entre os dedos, segundo Dione, são eficientes e podem evitar micoses e frieiras. Para a podóloga é importante ter cautela na hora de freqüentar salões de beleza. O ideal é que cada cliente tenha seu kit de alicate, tesoura, lixas e palitinhos, caso contrário, é preciso certificar se o material está sendo esterilizado. Ela destaca que as bacias com água quente, usadas para amolecer as cutículas, devem ter plásticos descartáveis, trocados à vista do cliente. “Existe o risco de contaminação por fungos e bactérias”, diz.

Entre os tratamentos da podologia estão os fitoterápicos, cremes e loções à base de plantas para eliminação do famoso “chulé”. “Para fissuras, rachaduras ou ressecamentos, é melhor não lixar os pés. É preferível recorrer a um esfoliante pelo menos uma vez por semana e usar hidratantes à base de uréia”, recomenda. No entanto, ela alerta para o uso de soluções caseiras e conta que, recentemente, um cliente a procurou com dermatite de contato alérgica. “A pele dos pés estava toda ferida, resultado do contato direto com a creolina, que o senhor havia passado para combater o chulé”.
DIABÉTICOS

Conforme Dione, diabéticos têm motivos especiais para cuidar dos pés, uma vez que a doença provoca a diminuição do fluxo sangüíneo nos membros inferiores, diminui a sensibilidade e dificulta a cicatrização, podendo causar gangrena e até amputação de membros. “O salão de beleza não é aconselhável para diabéticos. O podólogo trabalha de forma interdisciplinar com endocrinologistas, no controle da glicose, fisioterapeutas, nas avaliações biomecânicas, confecção de palmilhas para absorver impacto e amenizar calosidades”. No caso de fungo o paciente é encaminhado ao dermatologista, acrescenta.

A especialista destaca alguns procedimentos preventivos para os diabéticos. Entre eles estão a higienização com sabonete anti-séptico, hidratação com creme indicado por profissional, o uso de meias sem costuras e sapatos macios para evitar calosidades. “O diabético fica com a pele muito fina, por isso deve evitar andar descalço e observar, antes de calçar o sapato, se existem objetos cortantes em seu interior”.
VERRUGAS

Causadas por vírus do papiloma humano (HPV), as verrugas plantares, segundo a podóloga, se assemelham a calos, podem ocorrer na sola dos pés de adolescentes que transpiram demais ou em pessoas que andam muito descalças. “A baixa de imunidade também pode ocasionar verrugas. O importante é não cutucar o local, nem tentar nenhuma terapia caseira para a remoção dos pontos afetados.”
O PERIGO DA MODA

A profissional dá uma dica: a melhor hora para comprar sapatos novos é ao fim da tarde, quando os pés estão inchados. “Acompanhar as tendências da moda pode ser um risco. A pessoa não se pode esquecer que o calçado tem de se adaptar aos seus pés”.

Dione recomenda o alongamento dos pés ao final do dia, para as mulheres que usam salto alto. “Os exercícios ajudam a soltar os músculos e relaxar os ligamentos”. Ela adverte que o uso contínuo de salto alto pode ocasionar encurtamento de tendão na parte de trás da perna, além de calos, joanetes e unhas encravadas, no caso de sapatos de bico fino.
Na lista de serviços prestados pela podóloga, o tratamento de unhas encravadas está entre os mais procurados. Segundo Dione, a unha encravada raramente precisa ser retirada. A infecção é tratada com anti-inflamatório e a espícula, pedaço de unha que ficou pelo corte mal feito, é retirada. O crescimento é acompanhado de modo a evitar o aprofundamento na carne, para que a unha volte a ter um formato normal, resume a especialista. Em Belo Horizonte, o valor cobrado por uma sessão com podólogo varia de 35 a 45 reais.

Monday, September 03, 2007

A MODERNIDADE ESTÁ GERANDO UMA NOVA ARTE



Modernidade. Que fase é essa?
Estamos vivendo uma era que expressa as inevitáveis transformações trazidas pela modernidade. A idéia das voláteis relações humanas e do fim da arte são considerações assustadoras. A obra de arte "in natura" se torna proposta negociada no mundo capitalista. ARTHUR DANTO, em "Após o fim da arte. A arte contemporânea e os limites da história", apresenta importantes pontos para discussão.

Existe uma incômoda e extraordinária reflexão em relação a arte e seu fim. A perda da “aura” pode tanto estar anunciando o fim da beleza e da estética nas obras de arte quanto recriando novas finalidades para o artista. Ocorre uma abertura cada vez mais ampla entre arte e vida, o que gera reflexões sobre a relação entre o criador e o cotidiano.
Os novos artistas estão livres para propor reflexões sobre comportamento, vida, moda, nas ruas e para as massas. Neste inédito contexto, progresso e modernidade representam vasto potencial para novas facetas artísticas.
Ao contrário do pessimismo, podemos entender esse movimento como quebra da tradição, que antes aprisionara a arte em padrões rígidos da estética e do inacessível.
Bibliografia: DANTO, Arthur. Após o fim da arte. A arte contemporânea e os limites da história. São Paulo: Edusp, 2006.

SAIBA O QUE É PRECISO PARA TIRAR CARTEIRA DE IDENTIDADE

Foto: Georgiana de Sá

Diretora fala dos serviços oferecidos pelo Instituto de Identificação de Minas Gerais

CARTEIRA DE IDENTIDADE: É HORA DE TIRAR DÚVIDA

A Carteira de Identidade, também conhecida como RG, é válida em todo território nacional e necessária para requerer outros documentos. De acordo com a diretora do Instituto de Identificação da Polícia Civil, delegada Nilma Geralda dos Reis Santos, para obter a Carteira de Identidade o interessado deve comparecer em um dos Postos de Atendimento com os seguintes documentos: 2 fotos 3x4, iguais e recentes, em cores, ou preto e branco, de frente, Certidão de Nascimento e/ou Certidão de Casamento (original ou cópia autenticada) e para pessoas que, após divórcio, alteraram o sobrenome, certidão de casamento averbada.

Além dos documentos necessários, é preciso apresentar comprovante da taxa de segurança, no valor de R$ 8,54, recolhida nos bancos credenciados. Os menores de 12 anos devem estar acompanhados por um de seus responsáveis (pai, mãe, tutor ou guardião), portando Documento de Identidade original.
"A Identidade pode ser acrescida de informação opcional como CPF ou PIS/PASEP. Para inserção dos dados no sistema é necessário ter em mãos os originais destes documentos", explica. O prazo para a entrega da carteira na Capital, em virtude da grande demanda, é de cinco a sete dias. Contudo, conforme a diretora, um novo sistema de emissão de identidades digitalizado está em fase de implantação e o serviço eletrônico de impressões digitais deve trazer agilidade para as entregas.
Segundo a diretora, além de coordenar os 679 Postos de Identificação de Minas Gerais, o Instituto participa de “Comissões Volantes” que se deslocam por todo o Estado para emissão de carteiras às populações carentes. "Realizamos atendimentos em asilos, creches, CTI's, hospitais psiquiátricos, presídios ou em lares de pessoas incapacitadas, que não podem se locomover. Neste caso, basta o familiar comparecer ao Instituto e fazer requerimento de identificação externa para o deslocamento de um identificador", diz ela. A diretora explica ainda que é o Instituto é responsável pelo Atestado de Antecedentes Criminais, a antiga folha corrida, emitida gratuitamente, assim como atestados específicos para Consulados ou Embaixadas.
Nilma aconselha aos que tiverem a Carteira de Identidade perdida, extraviada ou roubada que, prudentemente, comuniquem de imediato o fato em uma Delegacia de Polícia. "Um falsário pode usar o documento de outra pessoa para habilitar telefones ou fazer compras. O registro da ocorrência é a única forma de provar aos credores o extravio”, alerta a delegada.
O Instituto possui uma Seção de Achados e Perdidos, onde é bom verificar se o documento foi encontrado antes de retirar uma segunda via. O Instituto de Identificação fica na Avenida Augusto de Lima, 1833, Barro Preto e o telefone para informações é (31) 3330-1830.

Por Georgiana de Sá

Wednesday, August 01, 2007

A grandeza da raça negra

O Brasil tem a segunda maior população negra do mundo. Contudo, a presença do negro em terras brasileiras foi marcada de preconceitos e negações. No universo do Brasil Colônia, o índio acabou cedendo lugar para o negro como escravo. De acordo com o Censo de 2000, a percentegam de nagros analfabetos chega a 18,69%, enquanto a de brancos, 8,31%. Já é sem tempo de acabar definitivamente com preconceitos e valorizar a raça negra, que tanto fez pela cultura brasileira, e criar uma nova nação sem fronteiras. Como disse muito bem o manifesto pardo-mestiço "Em nossas veias pulsa misturado, em percentuais diferentes, o sangue do índio, o sangue do negro, o sangue do branco, o sangue do amarelo". A maioria brasileira é mestiça e tem mais de 60% do gen negro. Se a genética nos revela a realidade, falta resgatar os negros excluídos da história familiar e manifestar de uma vez por todas que nossa civilização não é exclusiva do homem branco. Afinal, o mundo negro é beleza e movimento, raízes de pensamentos, poesias, amor e religiosidade. Aquele que conseguir lançar um negro olhar sobre a indescritível beleza da cor está próximo de entender que a diferença de tom de pele não é impedimento, mas grandeza do multicultural, do multiracial, onde reside o milagre da vida.

Georgiana de Sá

"A escrava Anastácia é cultuada no Brasil como santa e heroína, considerada uma das mais importantes figuras femininas da história negra no Brasil. Sua beleza tornou-se objeto de desejo e obsessão do feitor de sua fazenda. Por nunca ter aceitado o assédio do rapaz, foi violentada e condenada a viver com uma máscara no rosto, que era retirada apenas durante as refeições, suportando este instrumento de supremo suplício por longos anos de sua dolorosa, mas heróica existência." (Fonte: wikipedia)




Prece Milagrosa para alcançar uma Graça urgente da Escrava Anastácia


Vemos que algum algoz fez da tua vida um martírio, violentou tiranicamente a tua mocidade, vemos também no teu semblante macio, do teu rosto suave, tranquilo, a paz que os sofrimentos não conseguiram perturbar.
Isso quer dizer: eras pura, superior, tanto assim que Deus levou-te para as planuras do Céu e deu-te o poder de fazeres curas, raças e milagres mil.
Anastácia pedimos-te... roga por nós, proteja-nos, envolve-nos no teu manto de graças e com teu olhar bondoso, firme, penetrante, afasta de nós os males e os maldizentes do mundo. Tudo que pedimos por nosso Senhor Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo, Amém.
Todas as manhãs, antes de sair para o trabalho, olhe para Anastácia, peça-lhe suas graças, que tudo correrá bem para você.

Sunday, June 24, 2007

DEPOIS DO DÉCIMO QUARTO ANO DE VIDA...

Foto "Comendo a felicidade" (Georgiana)

Reflexões sobre infância e vida adulta
Georgiana Medeiros

Infância Época de "Marmelada de banana, bananada de goiaba, goiabada de marmelo..."

Mundo mágico que some, na poeira, nas páginas amarelas de um livro esquecido na estante... Ah...mundo adulto! Qual a razão de tantas regras? Porque tanta preocupação?!

Angustia, que insiste em marcar o ingresso de entrada para a vida adulta,

de onde vem e para onde vai?
É bom encontrar caminhos de volta... Veja aqui os personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo

POLÍTICA, EROTISMO E LITERATURA

Por Georgiana de Sá
Para finzalizar a Semana de Literatura e Comunicação que a Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, em parceria com a Academia Mineira de Letras, promoveu entre os dias 7 e 11 de maio no Centro de Convenções JK, a palestra De Marques de Sade a Bruna Surfistinha, lotou o auditório e despertou interesse de estudantes, professores e convidados.
No telão, imagens das picantes ilustrações de Marquês de Sade (Paris, 1740/1814) e, ao fundo, chamas de pequenas velas vermelhas marcaram o ritual de magnetismo que atingiu a platéia. A professora Célia Nonata, mestre e doutora em História pela UFMG, fez um entrelaço entre linguagem e erotismo
Na programação Célia traçou retrospectiva da literatura erótica citando o livro
Teresa Filósofa, de autor anônimo do século XVIII, um romance libertino sobre a vida de prostitutas e sobre a entrada da mulher no espaço da vida pública, na figura da cortesã. Da mesma forma, Sade usou a linguagem política erotizada para afrontar o clero e a monarquia, o que, segundo Célia, exerceu a função política de desmoralizar a corte francesa e a igreja com ilustrações de orgias nos palácios e conventos das freiras.
A literatura erótica foi abordada como linguagem sutil que divide as fronteiras entre pornografia e erotismo. A palestrante falou sobre
Jean Honoré Fragonard (Paris, 1732/1806), pintor francês de temas eróticos que fez da arte alegre e sensual registros da malícia e ingenuidade presentes em sua época. Célia mostrou xilogravuras populares do século XIX, que deram continuidade às produções da linguagem erótica francesa, através de montagens que denunciavam o sadomasoquismo e afrontavam o Império Napoleônico, motivo de serem censuradas por Napoleão.
A professora lembrou
o surgimento da fotografia, na primeira metade do século XIX, o que propiciou espaço para a apreciação da beleza em fotos de nu artísticos, ampliando assim a linguagem erótica através do mundo simbólico do fetiche.

Fonte: banco de images google

As ilustrações de Marquês de Sade usavam o erotismo para denúncias políticas. As perucas ligavam os personagens à corte francesa. Afinal, nesta época, só os nobresa usavam perucas monumentais. Dessa forma, os desenhos mostravam que os privilégios e exageros da nobreza e do clero estavam muito além dos banquetes luxuosos. Enquanto a realeza desfrutava de orgias, o povo passava fome.

Fonte: banco de images google

No Brasil, jargões que remitiam ao erotismo e ao homossexualismo foram, conforme a palestrante, registrados em jornais como O Coió, periódico ilustrado que circulou em 1901 e 1902, no Rio de Janeiro. Este jornal chegou a publicar dicionário erótico e verbetes como "meretriz, sapeca e cacete". Com a influência fascista no regime de Getúlio Vargas, o governo tratou de combater produções subversivas, o que favoreceu manifestações de resistência no âmbito discursivo, como as de Cassandra Rios, que usou a linguagem metafórica do homossexualismo para escrever sobre o lesbianismo na década de 40.
Cassandra Rios publicou livros que inseriam a figura da lésbica em um tipo de literatura que contribuiu para mudanças no repertório das linguagens literárias. Ainda em 1940, o livro Delta de Vênus, da escritora francesa Anais Nin, com histórias de prostitutas e suas aventuras para descobrirem a sexualidade, também foi mencionado pela palestrante como exemplo de contos eróticos que transformaram a literatura. De acordo com a historiadora, a própria civilização européia que difundiu o erotismo como forma literária iniciou também sua banalização.

Foto: Horácio Martins

A historiadora Célia Nonato (foto acima) lembrou que a Alemanha Nazista, símbolo da liberalidade e da vida sexual, teve a forte presença temática do erotismo, contudo, a converteu pelo desejo e pela prática homossexual dos soldados alemães, que substituíam a fantasia por alto grau de depravação. Do mesmo modo, a literatura alemã nazista incorpora o lesbianismo em um ambiente de mulheres dominadoras e vulgares. Salvador Dali (1904-1989), foi citado como artista surrealista que provocou fusão no erotismo e pintou quadros inspirados em seus instintos sexuais.
Fonte: banco de images google


O Livro Delta de Vênus, da escritora francesa Anais Nin: ficcção com personagens aristocratas e excêntricos, foi citado como sucesso no estilo romance erótico. Na atualidade, a professora lamentou a pobreza do livro O Doce Veneno do Escorpião, de Bruna Surfistinha, restrito a exposição de fatos pornográficos. Para ela, o livro traz depoimentos de garotas de programas, ausente de poesia e das sutilezas do erotismo literário que marcaram a história da comunicação.
Na opinião da estudante de Educação Artística da UEMG - Escola Guignard, Giselene Antunes, presente na palestra, a literatura e a arte que se desdobram no erotismo são poéticas que trazem equilíbrio para as linguagens humanas. "Adorei o tema porque mostra como a linguagem diversificada pode ser um meio para alcançar o inconsciente do público".
Vinícius José, do curso de jornalismo da Estácio de Sá, viu o tema da palestra como uma forma de explorar as várias linguagens e gêneros textuais. Conforme o aluno, palestras como essa desenvolvem uma visão plural da profissão e estimulam reflexões sobre o fazer jornalístico.
A professora de Geografia, Helenice de Almeida, lembrou a avenida Malecon, que fica em Havana, Cuba, num cenário à beira-mar onde tudo é permitido. Segundo ela, os exemplos de Célia Nonato remetem ao calçadão do Malecón, em Cuba. A Professora contou que, no famoso muro, ao lado da praia, os casais em atitudes íntimas usam o corpo e o erotismo como formas de expressão, e, neste momento, parecem livres das repressões impostas pelo regime político cubano.

Thursday, June 21, 2007

"A TELEVISÃO ME DEIXOU BURRO DEMAIS..."



PERTO MAS NÃO FAMILIAR

As transformações na cultura coletiva e no relacionamento do homem com o tempo e o espaço estão no documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos” de Marcelo Masagão, bem como nos textos “Aldeia Global” de Marshal Macluhan, “A Mídia e a modernidade – uma teoria social da mídia”, de J. B. Thompson, “O despertar do homem maquinal” de Ailton Siqueira e “Haverá vida após a internet?”, de Ciro Marcondes Filho. AS MÁQUINAS REDEFINEM A VIDA. LEIA MAIS...

Wednesday, June 20, 2007

A MORTE ALÉM DA VIDA




O documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos”, de Marcelo Masagão, e o texto de Régis Debray “Vida e morte da imagem”, tratam da temática da vida e da morte nos mistérios da humanidade. Leia mais...

UMA PANORÂMICA DA IMAGEM NA CIVILIZAÇÃO



Régis Debray, no livro Vida e Morte a Imagem – Uma história do olhar no ocidente e SPEED – A Arte da Velocidade, em exposição na Casa Fiat de Cultura, explicam logosfera, grafosfera e videosfera. A invenção da máquina, as cadeias de montagem e a aceleração de produção, os novos ideais de velocidade, progresso e mudança, promovem reflexões sobre os movimentos da arte e da vida. LEIA MAIS...

As transformações do século XX



O documentário"América", de João Moreira Salles, é uma verdadeira raridade. Talvez por isso não seja tão fácil encontrá-lo nas locadoras. O filme faz uma profunda avaliação das mudanças que marcaram o século XX. A sequência de imagens e textos reais e fascinantes leva o espectador a certa nostalgia poética. O diretor consegue reafirmar a fragilidade e impotência do homem diante de realidades impostas.

Giselene Antunes é aluna do 5.º perído de Educação Artística, na Universidade Estadual de Minas Gerais e escreveu o artigo "o século que ligou a TV e desligou a alma". LEIA NA ÍNTEGRA.