Crianças aprendem na escola a reciclar lixo e economizar água
Por Georgiana de Sá
O Projeto de Lei n.º 1089/2007, em tramitação na Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), torna obrigatório o estudo sobre o meio ambiente e as conseqüências do aquecimento global, no ensino médio e fundamental das escolas públicas e particulares do Estado.
Conforme Maria da Conceição Ferreira, orientadora educacional da Escola Estadual Barão do Rio Branco, a medida é necessária para garantir a sobrevivência humana no planeta. “Grande parte da população não tem consciência de ações diárias e atitudes que contribuem para a degradação ambiental”. Segundo ela, medidas simples de reeducação poderiam diminuir os impactos da ação do homem sobre a natureza.
Maria da Conceição lembra que os alunos da escola ficaram assombrados quando começaram a contar a quantidade de lixo que eram capazes de gerar.“As crianças tiveram como para-casa somar quantos quilos de lixo a família produzia em um dia. Depois de multiplicarem isso para uma semana e um ano puderam perceber porque o lixo é um problema para a natureza”, explica a educadora.
A professora de ciências Nancy Rebouças Julião, que leciona para a 5ª e 6ª série do ensino fundamental, se tornou responsável pelo desenvolvimento de projetos de reciclagem na escola. Passo a passo, a professora mostra aos alunos a importância da reciclagem do lixo na preservação ambiental. “Fazemos um trabalho bem bacana. Informamos às crianças sobre a importância da reutilização do lixo. Os estudantes estudam conteúdos de ciências, os tipos de lixo que existem, para onde vão e como são produzidos”, diz ela com entusiasmo.
Nas aulas de ciências os alunos aprendem a importância de reutilizar o lixo
A professora começa com uma explicação de como é feito o lixo e para onde vai. Com caixas de leite, copos de iogurte e garrafas de refrigerante, as crianças criam brinquedos e objetos de uso e, dessa forma, aprendem a reaproveitar e evitar o desperdício. “O lixo nem sempre é lixo. Mostramos que a maior parte do que jogamos fora não é sujo. Falamos também sobre os impactos do consumismo, das coisas que a gente compra sem necessidade e como podemos reutilizar embalagens em trabalhos artesanais”.
Durante as aulas, professora e alunos expressam idéias e sugerem que haja não somente reciclagem, mas também novas formas de produção e comercialização. “Em vez de copinho de plástico, o iogurte poderia ser vendido em embalagem de vidro para a gente lavar, voltar ao supermercado e comprar só o liquido”, idealiza uma criança. “Com o leite poderia ser do mesmo jeito”, conclui outro colega.
Para completar os conhecimentos obtidos no ambiente escolar, os estudantes fazem visita ao aterro sanitário de Belo Horizonte e são motivados a pesquisar sobre os problemas do lixo na Capital. No aterro, as crianças ficam sensibilizadas com a quantidade de lixo produzido na cidade. Elas ficam atentas a todas as explicações e aos diferentes materiais encontrados. É vidro, papel, plástico, metal e pneus. “E agora professora, para onde vai o lixo?”, pergunta um aluno.
Foto: Georgiana de Sá
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