Foto: Georgiana de Sá
Patrícia Romeiro Silva Jota, professora do CEFET-MG e Eduardo Machado de Faria Tavares, do Instituto Hóu, debatedores na palestra, enfatizarem que a CEMIG precisa intensificar informação pública e campanhas comunitárias para o uso consciente de energia elétrica.
PREPARAÇÃO PARA O FUTURO DA ENERGIA
Na seqüência do ciclo de palestras preparatórias para o III Seminário Internacional "O Futuro da Energia", com o tema “Energia e Mudanças Climáticas”, a Amda concretizou seu segundo encontro, nesta segunda (22/09), no auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA/MG. O evento é uma parceria da ONG com o Sistema Estadual do Meio Ambiente - Sisema, por meio da Fundação Estadual de Meio Ambiente – Feam e da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig.
A palestra foi ministrada pelo engenheiro da Cemig e coordenador do Projeto Conviver, Henrique Fernando França Costa. De acordo com dados e projeções apresentadas pelo coordenador, entre 2005 a 2030, o petróleo ocupa posição de destaque na matriz energética brasileira. Já o consumo de carvão mineral como fonte de energia deve crescer de 16% a 25% em relação ao mesmo período.
Henrique Costa mostrou exemplos de programas de eficiência energética, atualmente desenvolvidos pela concessionária, que incentivam mudança nos hábitos de consumo. De acordo com ele, não se pode falar em eficiência energética sem falar em conservação e uso eficiente de energia. “Em uma residência comum, entre os eletrodomésticos consumidores de energia elétrica, a geladeira tem se tornado grande vilã”, disse, enfatizando que pequenas atitudes domésticas podem reduzir o consumo residencial de equipamentos eficientes, como chuveiros elétricos, lâmpadas e geladeiras.
Foto de Fabio Raphael (www.flickr.com)
Considerando os riscos na evolução do consumo de energia, o engenheiro lembrou que o desperdício de energia elétrica no Brasil chega a 18% e que o mundo já consome 25% a mais de energia que a Terra consegue produzir. “Hoje, se todas as comunidades consumissem como nos países ricos precisaríamos de mais quatro planetas”. Ele ressaltou, ainda, que o mundo registrou o primeiro bilhão de habitantes em 1804, revelando tendência de crescimento e previsão de aumento de até 7,7 bilhões de habitantes até o ano de 2.020.
Opinião dos debatedores
A debatedora Patrícia Romeiro Silva Jota, professora do Centro Federal de Educação Tecnológica CEFET-MG, sugeriu que a concessionária utilizasse parte das verbas destinadas à eficiência energética em projetos para o uso consciente da energia, entre estudantes de escolas públicas do Estado. A professora considerou também que a CEMIG precisa investir na redução da demanda de ponta, utilizando o Gerenciamento pelo Lado da Demanda – GLD. Para ela, a concessionária deve criar possibilidades para modular uso e controle de equipamentos de grandes empresas, durante os períodos críticos do sistema elétrico, para alívio de carga e otimização de serviços.
Segundo Eduardo Machado de Faria Tavares, ambientalista do Instituto Hóu, o Brasil sofre pela falta de políticas públicas para eficiência energética. Na opinião do debatedor, para promover, de fato, mobilidade e redução do consumo, a CEMIG deve intensificar informação pública e campanhas comunitárias, estabelecendo parcerias com outros órgãos de classe para, por exemplo, promover arquitetura bioclimática e uso de energia solar.
Da mesma forma, a professora Patrícia Jota, disse que não basta a CEMIG ligar e controlar padrões de luz dos consumidores. Para ela, a concessionária precisa assumir sua parcela de responsabilidade na educação da sociedade para o uso consciente de energia elétrica.
Impactos ambientais das hidrelétricas
Avaliando os problemas ambientais causados pelas usinas hidrelétricas, o biólogo e conselheiro da Amda, Francisco Mourão Vasconcelos, defendeu a proteção da fauna ictiológica (peixes) e citou o exemplo da luta em Rondônia contra o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira. “Não podemos descartar o uso da energia elétrica, mas precisamos ponderar os impactos ambientais das usinas”.
Conforme, o ambientalista, as licenças de instalação de usinas hidroelétricas não podem desconsiderar os aspectos relativos à fauna ictiológica migradora, suas deslocações no sentido de montante ou no de jusante. “No caso da construção de hidroelétrica no rio Madeira, por exemplo, seria necessário analisar os danos ecológicos decorrentes do projeto, já que as barragens podem impedir a migração e levar à extinção inúmeras espécies de peixes”.
Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda
PREPARAÇÃO PARA O FUTURO DA ENERGIA
Na seqüência do ciclo de palestras preparatórias para o III Seminário Internacional "O Futuro da Energia", com o tema “Energia e Mudanças Climáticas”, a Amda concretizou seu segundo encontro, nesta segunda (22/09), no auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA/MG. O evento é uma parceria da ONG com o Sistema Estadual do Meio Ambiente - Sisema, por meio da Fundação Estadual de Meio Ambiente – Feam e da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig.
A palestra foi ministrada pelo engenheiro da Cemig e coordenador do Projeto Conviver, Henrique Fernando França Costa. De acordo com dados e projeções apresentadas pelo coordenador, entre 2005 a 2030, o petróleo ocupa posição de destaque na matriz energética brasileira. Já o consumo de carvão mineral como fonte de energia deve crescer de 16% a 25% em relação ao mesmo período.
Henrique Costa mostrou exemplos de programas de eficiência energética, atualmente desenvolvidos pela concessionária, que incentivam mudança nos hábitos de consumo. De acordo com ele, não se pode falar em eficiência energética sem falar em conservação e uso eficiente de energia. “Em uma residência comum, entre os eletrodomésticos consumidores de energia elétrica, a geladeira tem se tornado grande vilã”, disse, enfatizando que pequenas atitudes domésticas podem reduzir o consumo residencial de equipamentos eficientes, como chuveiros elétricos, lâmpadas e geladeiras.
Foto de Fabio Raphael (www.flickr.com)
Considerando os riscos na evolução do consumo de energia, o engenheiro lembrou que o desperdício de energia elétrica no Brasil chega a 18% e que o mundo já consome 25% a mais de energia que a Terra consegue produzir. “Hoje, se todas as comunidades consumissem como nos países ricos precisaríamos de mais quatro planetas”. Ele ressaltou, ainda, que o mundo registrou o primeiro bilhão de habitantes em 1804, revelando tendência de crescimento e previsão de aumento de até 7,7 bilhões de habitantes até o ano de 2.020.
Opinião dos debatedores
A debatedora Patrícia Romeiro Silva Jota, professora do Centro Federal de Educação Tecnológica CEFET-MG, sugeriu que a concessionária utilizasse parte das verbas destinadas à eficiência energética em projetos para o uso consciente da energia, entre estudantes de escolas públicas do Estado. A professora considerou também que a CEMIG precisa investir na redução da demanda de ponta, utilizando o Gerenciamento pelo Lado da Demanda – GLD. Para ela, a concessionária deve criar possibilidades para modular uso e controle de equipamentos de grandes empresas, durante os períodos críticos do sistema elétrico, para alívio de carga e otimização de serviços.
Segundo Eduardo Machado de Faria Tavares, ambientalista do Instituto Hóu, o Brasil sofre pela falta de políticas públicas para eficiência energética. Na opinião do debatedor, para promover, de fato, mobilidade e redução do consumo, a CEMIG deve intensificar informação pública e campanhas comunitárias, estabelecendo parcerias com outros órgãos de classe para, por exemplo, promover arquitetura bioclimática e uso de energia solar.
Da mesma forma, a professora Patrícia Jota, disse que não basta a CEMIG ligar e controlar padrões de luz dos consumidores. Para ela, a concessionária precisa assumir sua parcela de responsabilidade na educação da sociedade para o uso consciente de energia elétrica.
Impactos ambientais das hidrelétricas
Avaliando os problemas ambientais causados pelas usinas hidrelétricas, o biólogo e conselheiro da Amda, Francisco Mourão Vasconcelos, defendeu a proteção da fauna ictiológica (peixes) e citou o exemplo da luta em Rondônia contra o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira. “Não podemos descartar o uso da energia elétrica, mas precisamos ponderar os impactos ambientais das usinas”.
Conforme, o ambientalista, as licenças de instalação de usinas hidroelétricas não podem desconsiderar os aspectos relativos à fauna ictiológica migradora, suas deslocações no sentido de montante ou no de jusante. “No caso da construção de hidroelétrica no rio Madeira, por exemplo, seria necessário analisar os danos ecológicos decorrentes do projeto, já que as barragens podem impedir a migração e levar à extinção inúmeras espécies de peixes”.
Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda
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