Thursday, August 06, 2009

Conferência Brasil 2020 discute ações para conter o avanço do aquecimento global

Foto de Wellington Pedro - Imprensa MG
Estudantes apresentaram o espetáculo "Artigo 56", inspirados em um documento do século XIX, da Câmara Municipal de Mariana, que exigia punição para quem queimasse campos, matas e florestas.

Nesta terça-feira, 04/08, no Grande Teatro do Palácio das Artes, cientistas e autoridades de vários países participaram da cerimonia de abertura da Conferência Brasil 2020, que acontece em Belo Horizonte, entre os dias 04 e 07 de agosto. O encontro mobiliza cerca de 160 cientistas do mundo inteiro em debates e estudos de ações individuais e coletivas que possam conter o avanço do aquecimento global.
Na abertura, estudantes do ‘Valores de Minas’, do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), proporcionaram um espetáculo de dança, teatro e música ao vivo, tendo como tema a proteção do Planeta. O governador Aécio Neves, aproveitou a ocasião para assinar a adesão do Estado de Minas Gerais à Campanha de Liderança Climática 2020, que propõe a diminuição em 80% das emissões de gases de efeito estufa nos próximos dez anos.
Jim Garrison, da State of the World Forum, entidade sem fins lucrativos que organiza o evento, destacou que a crise ambiental possui vastos efeitos imediatos que crescem com intensidade, citando o degelo de áreas glaciais na Groenlândia, as secas e enchentes que têm quadriplicado nos últimos anos.
Garrison considerou que tecnologia militar e exploração econômica não poderão enfrentar o desafio de realinhar o relacionamento do homem com o planeta. Ele ponderou que a liderança climática exige não conquistas, mas capacidade de manter a paz com os países vizinhos.
“Se o Brasil mobilizar um novo estilo de vida até 2020, os outros países responderão a essa liderança”, disse Garrison sobre a posição privilegiada do Brasil frente ao combate mundial às alterações climáticas. Emilia Queiroga, Diretora da State of the World Forum no Brasil, também avaliou que o povo brasileiro está sendo chamado a mostrar um caminho para humanidade, advertindo que é preciso tratar o aquecimento global como se cuida de um filho doente.
“O Brasil concordou em reduzir as emissões em 80% até 2020 para mostrar aos outros que a tarefa é possível, que temos que tentar”, disse Jean Houston, Presidente da Fundação para Maestria Social. Houston mencionou o potencial cultural do Brasil, o senso musical, a literatura e o cinema, como meios de mobilizar cidadãos de diferentes nações para as questões ambientais.
Nicki Gavron, ex vice-prefeita de Londres, lembrou que as metrópoles são responsáveis por 80% das emissões de CO2 e que não podem se isolar do problema. Ela defendeu incentivos do governo para a diminuição da frota de veículos, para o compartilhamento de transporte e para os produtos e serviços ‘verdes’, fabricados com menor impacto ambiental. “A vontade política é imperativa para implementar esse tipo de mudança”, disse.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, relacionou os atuais avanços do país nas questões ambientais, ressaltando que, em 2009, o desmatamento da Amazônia alcançou seu menor patamar nos últimos vinte anos. Entretanto, o ministro avaliou que existem difíceis tarefas pela frente. “Todo mundo é a favor de salvar o planeta até o momento que tem de fazer um sacrifício”. Sobre o lixo doméstico importado da Inglaterra no Porto de Santos, o ministro disse que o “Brasil não será lixeira do planeta”.
Por Georgiana de Sá

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