Por Georgiana de Sá - Exclusivo para o jornal Ambiente Hoje , da Amda.
Friday, April 17, 2009
Reciclagem de óleo no cardápio do dia
Por Georgiana de Sá - Exclusivo para o jornal Ambiente Hoje , da Amda.
Thursday, April 16, 2009
Autorização para obras em rodovias sem licenciamento prévio preocupa ambientalistas
A notícia da aprovação pela Câmara dos Deputados, na última terça-feira (14/04), da Medida Provisória (MP) 452/08, surpreende ambientalistas e autoridades governamentais da área. A MP foi assinada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado (26/12/2008) e, originalmente, abordava apenas o Fundo Soberano e ações do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte (Dnit). Em sua versão final, após treze emendas apresentadas na Comissão, foi votada pela Câmara, seguindo ao Senado e à sanção presidencial.
Crédito da imagem: Claudio Marcon
E POR FALAR EM FUTURO, ÁGUA, PARA ONDE VAI VOCÊ?
O que tem sido feito pela preservação da água e de seus ciclos? Seria repetição indagar outra vez, se a água não fosse fonte de sobrevivência do Homem no Planeta, principal garantia de vida para as gerações futuras. Não foi à toa que, para acompanhar a trajetória da gestão dos recursos hídricos, do local ao mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU), criou o Dia Mundial da Água (22 de março).
Neste sentido, o representante do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias, Mário Dantas, lembrou que, apesar das implantações, ainda faltam recursos financeiros, pessoal de apoio, equipamentos, meios de comunicação e internet. O representante sugeriu a criação de um sistema de informação sobre os recursos hídricos para uso dos comitês. “O sistema de informação dos recursos hídricos iria economizar muito com o gasto que há na elaboração de planos diretores de bacias”.
Conforme dados da ONG WWF, a irrigação na agricultura responde por cerca de 70% do consumo de água mundial; 20% vão para a indústria; e os 10% restantes destinam-se ao uso doméstico. No que se refere ao gasto do setor industrial, o pagamento pode promover a conscientização do uso adequado do recurso. Durante mini-curso do Fórum, a gerente de meio ambiente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Ana Cristina da Silveira, disse as empresas não estão considerando a cobrança como um imposto, mas como forma de colaboração. Ela garantiu que quinze empresas ligadas à Associação Peixe Vivo/AGB - Peixe Vivo, já contribuem para viabilizar a gestão da bacia hidrográfica do rio das Velhas, antes mesmo da prática da cobrança. Sob o mesmo ponto de vista, Maria de Lourdes Pereira dos Santos, engenheira da Cia Vale do Rio Doce, considerou que a medida não será impactante para o setor. No entanto, ela ressalvou que as discussões devem continuar sendo compartilhadas, com justiça e adequação.
A agricultura responde por cerca de 70% do consumo de água mundial
Ainda falta mobilização conjunta para cuidar da água
Além da cobrança pelo uso da água, outro tema discutido no Fórum foi o papel do cidadão na preservação dos recursos hídricos, sobretudo no seu ambiente local. O desinteresse da sociedade em reduzir consumo de água e esgoto lançado na rede pública, foi considerado desafio de gestão. “Gestão tem avanços, mas tem que contar com participação de cada segmento, estado, nação, empresas, sociedade. São olhares diferentes e que têm que convergir para a sustentabilidade”, articulou a diretora-geral do Igam, Cleide Pedrosa.
Apolo Heringer pede mobilização de setores para recuperação do rio das Velhas
Crédito da imagem Wellington Pedro
O secretário José Carlos Carvalho, disse que 2010 é uma data simbólica e que os trabalhos para melhorar a qualidade de vida na bacia hidrográfica do rio das Velhas vão continuar após a data limite. De acordo com dados do projeto, a próxima fase será de investimentos na recuperação de áreas florestais degradadas - com ênfase na recuperação de matas ciliares – e atividades de educação ambiental.
Crédito da Imagem: Georgiana de Sá
Simone Lage de Araújo, gerente setorial de Meio Ambiente da Refinaria Gabriel Passos (Regap), garantiu que a Petrobrás está investindo na adequação de efluente para reuso em torre de resfriamento, ao lado do gerente de meio ambiente da Fiemg, Wagner Costa, que disse que não será fixado um valor padrão de repasse diante da cobrança de uso da água.
AS MIL FACES DA ÁGUA
O risco de escassez de água gera mudanças em processos produtivos e de consumo
No sentido de economizar ou para se encaixar na prática do desenvolvimento sustentável, muitas empresas descobriam nas tecnologias oportunidades de reuso da água. Durante a discussão do tema “A Indústria Mineira e a Gestão das Águas”, José Ângelo Paganini, da Usiminas, falou que a siderúrgica trocou aterros sanitários pelo co-processamento de resíduos, no sentido de aproveitar sobras em fornos de cimenteiras. “Com isso, ficamos livres dos passivos. Os aterros, mesmo após encerramento, exigiam cuidados posteriores”, disse, realçando que a medida evita riscos de lançamento de resíduos em aterros ou cursos d’água.
Crédito da Imagem: Georgiana de Sá
Beatriz Borges Botelho, analista da Divisão de Ações Mercadológicas da Copasa, sobre a instalação de medidores individualizados nos condomínios. Segundo ela vai gerar a inibição de desperdícios, redução de consumo e consequente queda no faturamento da concessionária.
A parcela da água para consumo da população foi discutida pela Cemig - Companhia Energética de Minas Gerais e Copasa - Companhia de Saneamento de Minas Gerais, que promoveram palestras durante o evento. Beatriz Borges Botelho, analista da Divisão de Ações Mercadológicas da Copasa, falou que a concessionária está instalando medidores individualizados nos condomínios, em conformidade com a Lei Estadual nº 17.506, de 29 de maio de 2008.
Conforme a analista, o serviço, que só pode ser implantado mediante 100% de adesão dos proprietários, vai gerar a inibição de desperdícios, redução de consumo e consequente queda no faturamento da concessionária. "Não é lucro para a Copasa, mas é o certo. Todo mundo quer morar num prédio com hidrômetro individual, com racionalização de consumo e valor".
Crédito da imagem: Georgiana de Sá
O superintendente de Planejamento de Geração e Transmissão da Cemig, Evandro Leite Vasconcelos defendeu novos hábitos de consumo e sugeriu a instalação de aquecedores solares para diminuir gastos, sobretudo dos chuveiros.
O convívio da arte com a natureza
Crédito da imagem: arquivo do Inhotim "Bisect triangle", espelho feito com aço inoxidável com 220 x 713 x 504 - Dan Graham
Situado no município de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Centro de Arte Contemporânea Inhotim (Caci) abriga jardins projetados por Burle Marx e está cercado por mata nativa, com espécies raras e pertencentes aos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado. O espaço combina paisagismo com pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações de artistas nacionais e internacionais.
Crédito das Fotos Georgiana de SáArte cercada por natureza exuberante
"Inmensa", de Cildo Meireles, aço, 400 x 810 x 445 cm, 1982 - 2002
Para o artista plástico e professor Getúlio Moreira em Inhotim existe a estética do paisagismo, uma natureza artificial criada para abrigar a arte, que difere de outras instalações artísticas montadas em áreas de matas nativas e que interagem com ambientes naturais. Mas, feita essa ressalva, ele reconhece que o espaço é de inegável importância para a arte contemporânea. “A idéia de fundir espaços destinados a pinturas, esculturas e instalações com jardins aponta para outras possibilidades e experiências artísticas”.
Thursday, April 09, 2009
Cobrança pelo uso da água em debate
Luiza de Marilac, diretora de Gestão dos Recursos Hídricos do Igam - Instituto Mineiro de Gestão das Águas, fez um retrospecto da legislação hídrica aplicada ao gerenciamento das águas, citando, entre outras, a Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997, que instituiu a política nacional de recursos hídricos, e a Lei 13.199, de 1999, que definiu a política estadual mineira para tratar a questão.
Questionada pelo público sobre a capacidade dos membros dos comitês para deliberar sobre preços e aplicação dos recursos arrecadados pela cobrança da água, a diretora advertiu que os comitês estarão subordinados às legislações existentes. "A questão da representatividade dos comitês é mesmo complicada. A cobrança faz parte de um processo contínuo e, nesta evolução, será papel do Igam identificar e qualificar novas lideranças", disse Luiza de Marilac. Segundo ela, a cobrança vai começar em setembro deste ano, na bacia do Rio das Velhas e, a partir de novembro, nas demais bacias hidrográficas do Estado.
O representante do Sindiextra - Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais, Willer Pós, ressaltou que o setor produtivo não se posiciona contra o pagamento e que a implantação eficaz da cobrança vai depender da gestão organizada do Estado. Ele ponderou, ainda, que possíveis deficiências na atuação dos comitês de bacias serão desafios para os órgãos internos de governo.
O representante da Copasa, Valter Vilela, falou sobre a destinação dos recursos arrecadados com a cobrança. "7,5% destinados para manutenção da agência de bacia hidrográfica e 92,5% aplicados na recuperação da bacia de origem", repassou ele.
Durante o encontro, foi esclarecido que o Igam já definiu fonte específica no orçamento para abrigar os recursos da cobrança pelo uso da água (fonte 61) e as etapas da cadeia de transferência. Inicialmente, os recursos serão direcionados para a Secretaria da Fazenda de Minas Gerais, que procederá ao repasse da arrecadação para o Igam que, por conseguinte, destinará os valores para as agências de bacias. A fiscalização da arrecadação e aplicação dos recursos vai contar com auditorias internas e acompanhamento do Tribunal de Contas do Estado.