Crédito da imagem: arquivo do Inhotim "Bisect triangle", espelho feito com aço inoxidável com 220 x 713 x 504 - Dan Graham
Situado no município de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Centro de Arte Contemporânea Inhotim (Caci) abriga jardins projetados por Burle Marx e está cercado por mata nativa, com espécies raras e pertencentes aos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado. O espaço combina paisagismo com pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações de artistas nacionais e internacionais.
“Entre as definições para Belo Horizonte está a da típica roça grande, onde todo mundo fala ‘uai’ e como queijo”, diz Bruno Oliveira, 21, estudante de artes plásticas da Escola Guignard. Para ele, o acervo do Inhotim e sua coleção botânica mostram que, além de ambientes interioranos, o mineiro tem mais a oferecer. “O Inhotim privilegia o intercâmbio de arte contemporânea, fora do eixo Rio - São Paulo”, completa.
O acervo de Inhotim atrai estudantes, artistas plásticos, apreciadores de artes e da natureza; estrangeiros e brasileiros de todas as partes. Em seis galerias de obras permanentes e outras quatro dedicadas às obras temporárias o visitante pode assistir a um ‘vídeo arte’, se projetar num jogo de espelhos, ou apreciar uma obra que mistura elementos teatrais e áudios. Mas, o diferencial do local está mesmo nos intervalos. Entre uma galeria e outra a arte contemporânea interage com uma natureza exuberante, com status de jardim imperial.
Crédito das Fotos Georgiana de SáArte cercada por natureza exuberante"Inmensa", de Cildo Meireles, aço, 400 x 810 x 445 cm, 1982 - 2002
Para o artista plástico e professor Getúlio Moreira em Inhotim existe a estética do paisagismo, uma natureza artificial criada para abrigar a arte, que difere de outras instalações artísticas montadas em áreas de matas nativas e que interagem com ambientes naturais. Mas, feita essa ressalva, ele reconhece que o espaço é de inegável importância para a arte contemporânea. “A idéia de fundir espaços destinados a pinturas, esculturas e instalações com jardins aponta para outras possibilidades e experiências artísticas”.
Como está localizado próximo de Belo Horizonte, a 60 km da Capital, Inhotim tem atraído não só profissionais de áreas ligadas à arte e ao meio ambiente, mas um público diverso que mora na região da Grande BH. O Tecnólogo em redes de computadores, Sérgio Horta, 24, conta que já visitou o local mais de uma vez. “É uma maneira que encontro de aliviar o stress do dia-a-dia. Gasto cerca de uma hora de carro para chegar, mas vale à pena. É um lugar fascinante. Um descanso que me faz esquecer do escritório e do meu trabalho na frente de um computador”.
Passeando pelo museu a céu aberto, é possível apreciar obras como o Magic Square no 5 – De luxe (1978), escultura de grandes dimensões que só poderia mesmo estar ao ar livre, de Hélio Oiticica (1937-1980), artista que influenciou o movimento tropicalista nos anos 1960 e 1970. Outro trabalho que ocupa o lado de fora do museu é o Bisected triangle, um espelho feito com aço inoxidável com 220 x 713 x 504 cm (2002). O trabalho é do artista conceitual Dan Graham (1942, Illinois, EUA) e explora a relação público-obra-natureza. Além destes artistas, obras de Tunga, Cildo Meireles, Adriana Varejão, Doris Salcedo, Victor Grippo e Matthew Barney são exibidas no local.
Conforme informações da assessoria de imprensa do Inhotim, o parque recebe, semanalmente, estudantes das redes pública e privada de ensino, de Brumadinho e da Grande Belo Horizonte, no intuito de promover a ‘arte educação’ e ‘educação ambiental’. Os interessados podem se informar pelo telefone (+ 55 31) 3227 0001. O local está aberto para visitação de quintas e sextas-feiras, das 9h30 às 16h30. Aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Existe uma linha de ônibus BH-Inhotim com saídas regulares da Rodoviária de BH, todos os sábados e domingos, sempre às 9 horas.
Por Georgiana de Sá - Exclusivo para o jornal Ambiente Hoje, da Amda.
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