Segundo a neuropsicóloga Otília Rosângela Souza, alguns exercícios podem melhorar a capacidade de memorização. A psicóloga fez pós-graduação em geriatria, gerontologia, neuropsicologia, mestrado em criatividade na Espanha e escreveu o livro “Longevidade com criatividade: arteterapia com idosos”.
Com a experiência adquirida em seus estudos, Otília garante que a arteterapia é um método expressivo e artístico para conservar a memória aguçada. Segundo ela, lazer e trabalho criativo exercitam funções cognitivas básicas, como atenção e percepção. “A arteterapia é um processo terapêutico capaz de estimular e potencializar os sentidos. Quando a pessoa está em processo criativo, várias áreas do cérebro estão trabalhando ao mesmo tempo”, informa.
A psicóloga ministra palestras e ensina que memória é o resgate da aprendizagem e que existem diferentes tipos de memória, como a imediata, que possibilita a repetição de textos e números para uso momentâneo, geralmente de curta duração, e a retrógrada, que é a capacidade de lembrar fatos passados, informações antigas consolidadas na memória.
O cérebro possui dois hemisférios, o esquerdo (racional) e o direito (emocional), e cada indivíduo tem habilidades próprias, herdadas geneticamente ou adquiridas no decorrer da vida. Alguns se tornam mais detalhistas e outros mais intuitivos. A especialista explica que isso acontece por que o hemisfério esquerdo é responsável pelo comportamento lógico e cauteloso e o lado direito dirige as atividades artísticas. “A pessoa em que predomina a parte esquerda do cérebro mostra atitudes lógicas e tem facilidade para agir e executar. Já o lado direito comanda o potencial criativo. Mas o indivíduo pode aprender a equilibrar os dois hemisférios cerebrais”, acrescenta ela.
Não existem medicamentos que evitem certos casos, como o mal de Alzheimer, por exemplo, contudo, de acordo com a especialista, mantendo o cérebro ativo é possível retardar o avanço dos sintomas da doença. “Temos casos de pacientes que já se submetem a quatro anos de tratamentos, com programas de atividades variadas e estimulações de áreas cognitivas do cérebro e o quadro da doença não evoluiu”, diz.
Ela alerta ainda que o abuso de álcool e de tabaco, a falta de sono e a alimentação inadequada são fatores prejudiciais à concentração, enquanto exercícios físicos são benéficos, aumentam a oxigenação e ativam a circulação sangüínea no cérebro. “É bom lembrar que uma disciplina espiritual como a meditação pode combater o stress da rotina diária e melhorar a eficácia da memória”, acrescenta.
Além destas dicas, Otília destaca que se manter informado sobre o que acontece no mundo, emitir pensamentos positivos e enfrentar desafios como os de aprender novas línguas e estudar informática estimulam capacidades cerebrais. “Aquela desculpa que eu estou velho demais para aprender não é justificativa. É claro que a criança tem mais facilidade de assimilação, mas é possível envelhecer e continuar ativo. Oscar Niemeyer é um bom exemplo”.
Na opinião da profissional, a pessoa deve procurar um especialista quando sentir que realmente possui um problema de memória. “Esquecer todo mundo esquece, mas quando as falhas de memória atrapalham o dia-a-dia é preciso procurar tratamento. É importante também que os pais estejam atentos ao desempenho escolar dos filhos. A criança que pensa muito e tem dificuldade de focar a atenção pode ser hiperativa. Neste caso, precisa de avaliação adequada e confirmação do diagnóstico”, orienta. A neuropsicóloga relaciona no site: http://www.integrarte.com.br, atividades preventivas para manter o bem estar físico e mental.
Fotos e texto: Georgiana de Sá
1 comment:
Sim, provavelmente por isso e
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