Saturday, November 15, 2008

O FUTURO DO BRASIL

"na imensidade" por Igor Alecsander. Disponível em www.flickr.com

Conselheiro da ONU fala da revolução energética e da potencialidade do Brasil no setor


“Estamos sustentados em paradigmas falidos. Os mais jovens estão condenados a inventar, porque a história não se repete”, considerou o "ecossocioeconomista" Ignacy Sachs, durante o encontro preparatório do evento “Diálogos da Terra”.


“A Grande Transição: As Saídas da Era do Petróleo”, foi tema da palestra do professor, na tarde desta quarta-feira (13/11), no Auditório do Conservatório da UFMG. Sachs falou das grandes transições nos processos civilizatórios do homem, citando a revolução neolítica, que há cerca de doze mil anos iniciou o primeiro processo de urbanização, e o início do século XVII, quando ocorreu a transição para energias fósseis.



Segundo ele, o momento atual sinaliza uma terceira transição para uma nova economia produtora. “Estamos no limiar da terceira grande revolução, um momento favorável para mudar o paradigma energético”, disse. O professor ponderou que o novo ciclo de desenvolvimento não se sustenta somente pela substituição de gasolina por etanol, mas pelo uso de fontes não convencionais de energia, como solar, eólica e de biomassa, inclusive a produção de bicombustíveis através de algas marinhas.


Sachs criticou o uso de carvão vegetal produzido de forma predatória, tirado de matas nativas, e promoveu reflexões sobre os limites da biocivilização moderna.Como exemplos de estratégias menos vorazes para o desenvolvimento econômico, o palestrante citou a recuperação de áreas degradadas, a adoção de políticas públicas de incentivo à agricultura familiar e investimentos para o trabalhador rural. “Temos de pensar num feixe de políticas públicas, aliar produtividade com visão ambientalista correta e passar essa visão para o agricultor”.


Finalizando sua palestra, o Ignacy Sachs, que também é conselheiro das Nações Unidas, salientou a alta potencialidade do Brasil no setor energético. “ O trópico não é mais um obstáculo para o desenvolvimento, mas vantagem comparativa natural”. Ele salientou, ainda, que o avanço pelos recursos naturais impõe tarefas urgentes para a comunidade cientifica mundial, e para o Brasil em particular. “O país precisa conhecer melhor suas potencialidades e aprender a fazer bom uso da natureza, através de pesquisa e organização social propícia”.


Por Gerogiana de Sá - Exclusivo para a Amda

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