Saturday, November 08, 2008

Desmatamento ocasiona a mortandade de peixes

Foto: Tomasz Þór Veruson. Disponível em www.flickr.com

O assoreamento é um dos problemas mais sérios do rio São Francisco, tendo como causa o desmatamento que vem ocorrendo em suas margens. Esse foi um dos temas abordados na tarde desta terça-feira (04/11), durante o Seminário "Situação atual e estratégias de conservação de espécies de peixes em Minas Gerais", promovido pela Associação Mineira de Defesa do Ambiente - Amda e Companhia Energética de Minas Gerais - Cemig.


A mesa redonda intitulada "Revitalização do rio São Francisco - aspectos relacionados à proteção dos ambientes ribeirinhos" suscitou um amplo e efusivo debate, incluindo o desmatamento como uma das intervenções humanas que pode ocasionar a morte dos peixes.


O vice-presidente da Associação dos Pescadores de Três Marias, Norberto Antônio dos Santos, expôs que o IEF - Instituto Estadual de Florestas concedeu licença para desmatamento de 310 hectares de cerrado nativo para uma fazenda de 510 hectares, localizada no Arraial do Silga, na divisa de Três Marias e Lassans (MG).

Segundo Norberto, estão sendo derrubadas espécies nativas como sucupiras e jatobás. "Já conseguimos duas liminares que suspenderam provisoriamente o corte autorizado pelo IEF. Entre uma liminar e outra foram derrubadas mil sucupiras. O corte das árvores está ocorrendo próximo de um dos afluentes do Rio São Francisco".

Compondo a mesa redonda, o diretor-geral do IEF, Humberto Candeias Cavalcanti, se manifestou após a denúncia de Norberto, prometendo a suspensão imediata da licença concedida até que a questão fosse esclarecida. O diretor garantiu que o caso narrado se tratava de uma questão pontual e que os Escritórios Regionais do IEF estão mobilizados para evitar o desmatamento em mata nativa do Cerrado.

Apolo Hering Lisboa, do Projeto Manuelzão, ponderou que a garantia da fauna de peixes da bacia do rio São Francisco depende do planejamento sistêmico e integrado do IEF nos processos de licenciamento. "A mentalidade dos legisladores precisa ser de gestão de bacias, caso contrário os licenciamentos saem sem fundamento. A natureza funciona de forma sistêmica e por isso não podemos desintegrar a gestão ambiental", disse, considerando a função das Unidades Regionais Colegiadas - URC's e dos Comitês de Bacias Hidrográficas.

Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda

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