Saturday, November 08, 2008

Seminário apresenta medidas para impedir morte de peixes

Foto de rik janssen. Disponível em www.flickr.com


O manejo de recursos pesqueiros em reservatórios foi foco do Seminário "Situação atual e estratégias de conservação de espécies de peixes em Minas Gerais", na tarde dessa segunda-feira (03/11), no auditório da Cemig. O pesquisador da Universidade Federal de Maringá - PR, Ângelo Antônio Agostinho, apresentou as conclusões de seus estudos sobre o tema, explicando que é inerente aos reservatórios alterarem consideravelmente a ictiofauna (conjunto de espécies de peixes) nas bacias hidrográficas onde se localizam.


"O tamanho dos peixes diminui com a idade dos reservatórios e a abundância de peixes também sofre alterações. Espécies de grande porte são substituídas por espécies sedentárias e de pior qualidade, o que traz prejuízos aos pescadores", pontuou o pesquisador, com base em vários reservatórios estudados. "Ações de manejo bem sucedidas dependem do compromisso com a conservação da biodiversidade", disse Agostinho, apresentando um conjunto de ações ambientais que podem ser praticadas em áreas de influência dos reservatórios.


Segundo ele, para o êxito do manejo (interferência no sistema) e do monitoramento (avaliação do manejo), é preciso definir objetivos e contemplar informações sobre o ambiente, os recursos, os usuários e atividades da área considerada. Conforme o palestrante, a mortandade dos peixes, a poluição nos rios e os conflitos de uso entre os pescadores são algumas das causas para se iniciar o manejo.


O biólogo da Cemig, João de Magalhães Lopes, apresentou um estudo intitulado "Estratégias para a conservação da ictiofauna nativa: Programa de repovoamento da Cemig". Em suas colocações, Lopes revelou formas de manejo que a Cemig vem usando para prevenir a extinção e garantir a reintegração de espécies de peixes que sofrem ameaças com a construção de usinas hidrelétricas. Entre as estratégias citadas pelo palestrante estão o controle de poluição dos rios, a criação de áreas protegidas e programas de educação ambiental.


Conforme informou Lopes, os pesquisadores da Cemig fizeram visitas a centros de pesquisa no exterior, no sentido de reestruturar os programas de ictiofauna da Companhia. Projetos implantados em Washington, Texas e na cidade de Dexter (Novo México), nos Estados Unidos (EUA), relativos à indústria de piscicultura de salmão, ao repovoamento de espécies ameaçadas e à educação ambiental foram focos de observação dos pesquisadores.


Partilhando os saberes adquiridos durante as viagens, o biólogo citou os tanques do "Dexter National Fish Hatchery & Technology Center", (Dexter-EUA), que mantém populações de espécies ameaçadas para serem usadas em caso de catástrofes ecológicas e extinções.


O Seminário foi promovido pela Associação Mineira de Defesa do Ambiente - Amda, com o apoio da Companhia Energética de Minas Gerais - Cemig, nos dias 3 e 4 de novembro de 2008, no auditório do edifício-sede da Cemig, na Av. Barbacena, n°1200, no bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte.

Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda

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