Thursday, March 26, 2009

A água nos processos produtivos

Foto de Daniel Perez de la Fuente

Nesta terça-feira, 24/03, na continuidade da programação da 8ª edição do Fórum das Águas, foram ministrados mini-cursos tendo a água como tema central. No auditório da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), o assunto discutido foi "A Indústria Mineira e a Gestão das Águas". Representantes de empresas como Arcelor Mittal, V&M do Brasil, Usiminas, Cedro Cachoeira e Petrobrás falaram de seus projetos para prevenir e controlar as emissões de efluentes, decorrentes de seus processos produtivos.


José Ângelo Paganini, da Usiminas, disse que a siderúrgica está investindo em co-processamento (reaproveitamento de resíduos do próprio processo produtivo) e que os resíduos da empresa não serão mais armazenados em aterros. "Com isso, ficamos livres dos passivos. Os aterros, mesmo após encerramento, exigiam cuidados posteriores", disse.


Simone Lage de Araújo, gerente setorial de Meio Ambiente da Regap (Refinaria Gabriel Passos), disse que cada litro de petróleo consome um litro de água e que o reuso de água da refinaria chega a 25%. Segundo ela, para atender os novos padrões do diesel que será vendido no país, a Petrobrás vai usar ainda mais água. "Minimizar um impacto ambiental gera outro impacto, que é o aumento na demanda por água", considerou ela.


Questionada sobre a questão da poluição na Represa de Ibirité, cuja ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) está desativada, Simone respondeu que, embora a ETE não faça parte das atribuições da Petrobrás, a Companhia está solicitando suporte da Supram (Superintendência Regional de Meio Ambiente) para levar o projeto adiante. "A ETE nasceu de um acordo entre Petrobrás, Igam e Prefeitura de Ibirité. A Petrobrás entrou com a verba e a prefeitura deveria operar a estação, o que não aconteceu", explicou.


Sobre a cobrança pelo uso da água, que deve ser implantada em diversas bacias hidrográficas mineiras até o final de 2009, Maria de Lourdes Pereira dos Santos, engenheira da Vale, considerou que a medida não será impactante para o setor industrial mineiro, desde que as discussões sobre o tema continuem sendo compartilhadas, com justiça e adequação.


Sob o mesmo ponto de vista, a gerente de Meio Ambiente da Fiemg, Ana Cristina da Silveira, disse que as empresas não estão considerando a cobrança como um imposto, mas uma forma de colaboração. De acordo com ela, quinze empresas ligadas à Associação Peixe Vivo/AGB - Peixe Vivo, já estão contribuindo mensalmente para viabilizar a gestão dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio das Velhas, antes mesmo da prática da cobrança.

Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda

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