Friday, March 20, 2009

A ENERGIA QUE VEM DO LIXO

Foto de Magu. Disponivel em www.flickr.com
“O resíduo tem energia e não pode ser enterrado. O tratamento e triagem de resíduos podem gerar empregos para catadores e evitar a contaminação do solo e lençóis freáticos”, ressaltou o presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), José Cláudio Junqueira, durante o seminário ‘Resíduo é Energia’. O evento aconteceu na sede do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), nesta quarta-feira (18/03), e discutiu estratégias para gerar energia através de resíduos urbanos.

José Cláudio Junqueira falou sobre a importância da Lei Estadual nº 18.031, que instituiu a Política Estadual de Resíduos no Estado, estabelecendo obrigações aos usuários dos sistemas de limpeza urbana e geradores de resíduos que desenvolvem atividades industriais e minerarias. “A Feam está coordenando um projeto estruturador que trata de resíduos industriais, lixo urbano, eletrônico e da atividade mineraria. Todas as ações têm números a serem cumpridos e a meta do projeto é ter 60% do lixo urbano gerado no Estado disposto adequadamente”, explicou o presidente.

Luciano Bastos Oliveira, da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da UFRJ (Coppe), disse que é preciso investir em novas alternativas para os resíduos sólidos. “A coleta seletiva é cara, mas gera receita, já os resíduos que vão para os aterros são simplesmente desprezados. O reaproveitamento destes resíduos sólidos pode gerar energia, contribuir com o meio ambiente e reduzir impactos ambientais”, opinou o pesquisador.

O co-processamento de resíduos sólidos em fornos de cimento foi a alternativa citada pelo professor Yushiro Kihara, do Departamento de Mineralogia e Geotectônica da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o professor, esse processo pode gerar energia para a indústria cimenteira. “Hoje, 5% do óleo combustível da indústria cimenteira já foi substituído por energia gerada no co-processamento. Para isso, a empresa tem que ter licença ambiental e toda a estrutura para fazer o trabalho, a começar pela triagem desses resíduos. Outra vantagem do co-processamento é a redução de gases de efeito estufa”, disse.

Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda (Associação Mineira de Defesa do Ambiente)

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