Thursday, October 30, 2008

COMO ADIAR O JÁ IRREVERSÍVEL AQUECIMENTO GLOBAL

Imagem de heliwow. Disponível em www.flickr.com


A palestra do climatologista Carlos Nobre, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do INPE, na noite de segunda-feira, 27, abriu a III Edição do Seminário Internacional "O Futuro da Energia" com o tema "Energia e Mudanças Climáticas", que se estendeu até a próxima quarta-feira, 29.


Durante a palestra, Carlos Nobre fez uma análise das emissões globais antropogências (causadas pelo ser humano) dos gases do efeito estufa (GEE), destacando que países muito populosos e em vias de desenvolvimento, como a China e a Índia, estão contribuindo significativamente na emissão de GEE. “O aquecimento global se tornou irreversível. Na escala de tempo de séculos não temos soluções e o que nos resta é diminuir os riscos futuros das emissões”, considerou.

No caso do Brasil, o palestrante enfatizou que a maior parte das emissões é atribuída ao desmatamento, e que é preciso desenvolver estratégias de mitigação dos GEE, incluindo atividades de reflorestamento. “O setor florestal no Brasil tem enorme potencial para essa contribuição, seguido pelo setor energético”. O climatologista alertou, ainda, que caso os índices de desmatamentos na Amazônia cheguem a 40% ou 50%, o clima na região será alterado, devendo ficar mais quente e mais seco, além de grande parte da floresta se transformar em savana.

Carlos Nobre acrescentou que o Brasil apresenta vantagem competitiva no que se refere à geração de “energias limpas”, mas que o desenvolvimento do setor está associado ao investimento em tecnologias para absorver estas energias. O palestrante explicou que as usinas hidrelétricas atualmente suprem certa de 74,6% da oferta interna de energia elétrica no país. Segundo ele, o Brasil precisa explorar outros potenciais, por meios de fontes renováveis como a energia eólica e solar (termosolar e fotovoltaica). “Poderá o Brasil do século XXI se tornar potência ambiental ou o primeiro país tropical desenvolvido? Temos recursos naturais renováveis em abundância para isso, o que precisamos é inventar um novo paradigma de desenvolvimento, com ciência e tecnologia”, concluiu o palestrante.

Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda

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