Thursday, October 30, 2008

ROTA PARA A ENERGIA SUSTENTÁVEL

Imagem: JonTait2002. Disponível em www.flickr.com

Com a finalidade de gerar um mapa de sustentabilidade para a questão energética, a Amda promoveu a III Edição do Seminário Internacional "O Futuro da Energia", em parceria com o Sistema Estadual do Meio Ambiente - Sisema, por meio da Fundação Estadual de Meio Ambiente – Feam e da Companhia Energética de Minas Gerais- Cemig. Através dos seminários, a entidade iniciou há dois anos a mobilização de profissionais e instituições na coleta e análises de dados, objetivando subsidiar a política energética de Minas Gerais.

Neste ano, o evento propôs o tema “Energia e Mudanças Climáticas”, para avaliar as principais causas das alterações no clima do planeta. “A finalidade do Seminário é promover parcerias interprofissionais e institucionais, além de gerar propostas capazes de contribuir efetivamente para um novo direcionamento do mercado energético. Os encontros são articuladores e mobilizadores, atuando de forma a transcender o caráter informativo do tema”, explica a assessora institucional da Amda, Elizabete Lino.

O evento, que este ano ocorreu entre 27 a 29 de outubro de 2008, e promoveu palestras preparatórias, como forma de iniciar as discussões sobre a questão. Em 26 de abril último, ocorreu o primeiro encontro preparatório, no auditório do Sistema Estadual do Meio Ambiente – Sisema. Nesta ocasião, o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Paulo Eduardo Fernandes de Almeida, falou sobre o crescente uso de energia, explicando como isso pode acelerar o aquecimento global.

De acordo com o palestrante, o CO2, principal gás causador do efeito estufa, contribui com aproximadamente 80% das emissões, seguido do Metano (CH4) e do Oxido Nitroso (N2O). Também segundo ele, de 1971 a 2004 houve aumento nas emissões mundiais de CO2, paralelamente a evolução da renda per capita entre diversos países. Foto: Hartwig HKD . Disponível em ww.flickr.com
Neste primeiro encontro, a superintendente executiva da Amda, Maria Dalce Ricas, advertiu sobre a urgência de reestruturar o ciclo de produção e consumo energético e defendeu a necessidade de diminuir o desperdício de energia. “A tecnologia precisa deixar de ser vilã do efeito-estufa e promover o progresso da eficiência energética e das energias renováveis”, acrescentou a ambientalista.

Na seqüência do ciclo, o segundo encontro foi realizado no auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA/MG (22/09). A palestra foi ministrada pelo engenheiro da Cemig e coordenador do Projeto Conviver, Henrique Fernando França Costa. O palestrante apresentou projeções para o uso do petróleo que, segundo ele, deve continuar ocupando posição de destaque na matriz energética brasileira até 2030.

Considerando os riscos na evolução do consumo de energia, o engenheiro destacou que o desperdício de energia elétrica no Brasil chega a 18%, e que o mundo já consome 25% a mais de energia que a Terra consegue produzir. “Hoje, se todas as comunidades consumissem como nos países ricos precisaríamos de mais quatro planetas”, ponderou.

Os debatedores presentes, Patrícia Romeiro Silva Jota, professora do Centro Federal de Educação Tecnológica CEFET-MG, e Eduardo Machado de Faria Tavares, ambientalista do Instituto Hóu, consideraram a necessidade da CEMIG investir mais na redução do consumo, intensificando informação pública e campanhas educacionais para o uso consciente de energia elétrica.

O biólogo e conselheiro da Amda, Francisco Mourão Vasconcelos, aproveitou o evento para defender a proteção da fauna ictiológica (peixes), citando como exemplo a polêmica no licenciamento ambiental do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia. “Não podemos descartar o uso da energia elétrica, mas precisamos ponderar os impactos ambientais das usinas. No caso da construção de hidroelétrica no Rio Madeira, seria preciso analisar os danos decorrentes do projeto, já que as barragens podem impedir a migração e levar à extinção inúmeras espécies de peixes”.

Por Georgiana de Sá - Exclusivo para a Amda

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