Friday, May 23, 2008

NOVA RELAÇÃO DE CONSCIÊNCIA ENTRE HOMEM E NATUREZA

Fotos: www.flickr.com

Bate Papo no Sisema:
Considerações sobre ética ambiental

“Desejo e dinheiro são topografias muito próximas, mas o mercado não é o senhor da cidade”, analisou o filósofo e professor José de Anchieta Corrêa durante mais uma edição do fórum de discussões "Bate-Papo no Sisema - Discutindo a Política Ambiental do Estado”. O encontro aconteceu nessa segunda-feira (19) e promoveu discussão sobre a ética ambiental.



O filósofo defendeu mudanças de paradigmas em um mundo que, segundo ele, precisa criar tecnologias mais brandas e menos poluentes. De acordo com José de Anchieta, para formar novos hábitos de vida e incentivar a participação da população na política da Agenda 21 é imprescindível desenvolver estratégias de ação, que vão além dos investimentos burocráticos.



“A ética é tarefa social, histórica, inventiva e inconclusa. Ética envolve comunicação, responsabilidade, justiça, virtudes e principio de vulnerabilidade, em um mundo que vai ser sempre plural”, explicou. O professor também reconheceu que, para implementar mudanças nos meios de consumos das fontes energéticas e gerar novos hábitos de vida, é imperativo conhecer as diferentes formas culturais vigentes no país e a relação do povo com a natureza.






Durante o bate-papo, o filósofo esclareceu que, enquanto a moral se subordina às normas sociais, a ética é ditada pelo desejo e prevê autonomia. Disse também que a ética ambiental age de forma antecipativa e depende de conhecimento para realização do ideal desejado. O expositor lembrou que, para elaborar estratégias eficazes em defesa do meio ambiente, é importante refletir sobre complexos interesses econômicos, saberes científicos e geográficos, afrontar experiências, colocar em cheque medidas e encontrar soluções. “É preciso astúcia para tratar dos assuntos ambientais”, advertiu.



Eduardo Nascimento, do Conselho de Política Ambiental – Copam, analisou o processo de construção da ética ambiental como conjunto de dimensão individual e coletiva. “Devemos questionar se o crescimento econômico atual, motivado pela maré global, está apoiando cidadãos ou criando consumidores. A ética ambiental é um desafio que possibilita alcançar uma sociedade mais justa, tendo como pressuposto a gestão participativa”, disse o debatedor, concluindo que não pode haver blindagens para a participação social nas decisões políticas sobre o meio ambiente.



Eduardo Tavares, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH, concordou que a preservação ambiental depende da ética antecipativa e de planejamentos, enfatizando a importância de ações internas, consolidadas no respeito que todo homem dever ter a si próprio e ao outro. “A ética é livre, mas, não libertina”, opinou o conselheiro.



Por Georgiana de Sá - Exclusivo para o site da Amda - Associação Mineira de Defesa do Ambiente

1 comment:

PalavrasQueSeDesvanecem said...

Achei seu blog INTERESSANTÍSSIMO .
Parabéns ;)
e obrigado por nos ceder um blog tão BOM ^^.
Beijo